quinta-feira, setembro 16, 2010

JORNAIS E JORNALISTAS
Com a mesma facilidade com que aparecem, têm desaparecido títulos de imprensa no panorama nacional. Peniche não tem sido imune a esta situação. E aqui desde o final do séc. XIX vêm-se sucedendo títulos, alguns dos quais não passaram de um número único. Exemplos disso são: “A Propaganda Católica”, “O Povo de Peniche”, “Jornal de Peniche”, “O Penichense”, “A Voz do Mar”, “Baluarte”, “Notícias de Peniche”, “Correio Popular”, “Correio de Peniche”.
De todos o único que se tem conservado ao longo do tempo, embora com um interregno até ser repescado pela Igreja Paroquial de Peniche, tem sido “A Voz do Mar”.
Alguns dos títulos que acima referimos tinham um propósito eminentemente político-partidário. Por isso mesmo condenados ao fracasso.
Por outro lado não temos uma população tão vasta assim onde caibam vários jornais. E desde que “A Voz do Mar” surgiu, os periódicos que lhe fazem concorrência têm todos uma conotação mais ou menos identificável, que por isso mesmo só atinge uma parte minoritária da população do Concelho, já de si em tão limitado número.
Não que “A Voz do Mar” não se identifique com a Igreja, mas tem exercitado essa ligação de forma tão “soft” que não se torna agressiva e chega até a ser simpática.
No mês passado no entanto surgiu ao mesmo tempo uma pequena revolução no espaço dos média locais. “O Correio de Peniche” herdeiro do “Correio Popular” deixou de se publicar. Graças a Deus.
E surge a notícia de que o actual Director de “A Voz do Mar” que tem sido quem tem determinado há muitos anos a coerência deste jornal, deixa de exercer as suas funções.
Estes dois factores com a substituição do Monsenhor Bastos na Paróquia de Peniche, em acumulação, irão permitir à “A Voz do Mar” refundar-se e surgir com um novo fôlego. Se o conseguirá ou não estamos para ver ao longo do próximo ano.
Num tempo em que a Internet tornou o planeta uma pequena aldeia, a saída que antevejo para lhe manter a credibilidade é a de se assumir de corpo inteiro como um Jornal católico, embora aberto a pessoas, opiniões e factos que não sejam hostis à doutrina da Igreja. Para os nossos emigrantes o fundamental do Jornal Concelhio que lhes chega às mãos é quem morre, quem nasce e casa e o que vai acontecendo no espaço rural do Concelho.
Para a notícia na hora não há já nenhum Jornal local que possa competir com os meios tecnológicos agora disponíveis. Restaria em alternativa ser um Jornal de opinião. Mas para isso não existe espaço rentável em Peniche.

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