quarta-feira, setembro 29, 2010

PREPOTENTES E ASPIRANTES A TAL
(dedico este texto a uma pessoa de quem muito gosto e que neste momento é vítima deste tipo de situação)

Todos os dias deparamos com a fulanização do poder. Alguém que chega a um lugar de topo que lhe permite decidir sobre o futuro dos outros e arbitrariamente o faz sem pensar nas consequências dos seus actos para os seres que são objecto dos seus apetites de momento.
Isto acontece nos mais diversos locais de trabalho, na política, no desporto e até, pasme-se, na religião.
Este exercício egocêntrico do poder, manifesta-se em primeiro lugar por pequenas atitudes de prepotência, depois pelo uso discricionário da sua capacidade de decidir, sem avaliar da justeza das suas decisões.
Quanto menor for o poder de que se dispõe, mais agressivo se torna e menos capaz de avaliar as consequências das diatribes que utiliza.
Um exercício que é muito comum entre os políticos é o de tornar complexa uma decisão que é fácil de tomar, para que quem solicita o que requer se sinta em divida para com o decisor. Em regra o que se resolve em poucos minutos demora meses a decidir e, exige sempre um exercício de apresentação em acto de humildade perante o chefe máximo do serviço, para que fique muito claro quem manda e quem precisa de pedir.
O povo português (o povo profundo) há muito que esclareceu esta situação definindo-a com o adágio popular: -“Não peças a quem pediu, nem sirvas a quem serviu”. Não é por acaso que é mais fácil lidar com aqueles que sempre lidaram com o exercício do poder, do que com os que nele se iniciaram há pouco.
A solução para este vício (ou doença) não se encontra à venda nas farmácias. Embora existam alguns múltiplos comuns a todos eles. Adoram ser bajulados, detestam ser criticados e odeiam pessoas que pensam. Por isso mesmo não é fácil o exercício da dignidade pessoal perante estes pequenos títeres. Quem for inteiro e tenha orgulho em si próprio e no que é como pessoa, tem sempre grandes problemas para lidar com esta gentalha. Ou com os que aspiram a chegar a tal exercício de poder pessoal.
Digamos que existe uma fórmula mágica para fugir ao contacto deprimente com este tipo de pessoas: - é deixá-los a falar sozinhos. Quando se apercebem que não existe ninguém que os suporte, começam a dedicar-se ao seu umbigo e em breve sufocam no seu próprio vómito.

1 comentário:

Manuel Leonardo disse...

Sr. Professor
Este seu comentario faz-me pensar.
Eu por experiencia propria chego à conclusao que cada qual ao longo da sua vida tem o seu tempo de ditador,salvador,e redentor mas todos nos sabemos que os tempos mudam as oportunidades se desvanecem e chegamos à simple conclusao de simples mortais que nos somos , somos uns simples mortais que ja ninguem nos respeita ,todos , mesmo os nossos , esquecem as nossas boas serventias , contributos que ao longo da nossa vida demos à nossa causa e num final somos deitados no caixote de um lixo qualquer ...
Presentemente outros bens se levantam , outras ditaduras,comecam a brilhar e o ciclo da vida se renova em busca de uma futura redençao.
Porem às vezes fico com a convicçao que muitas das vezes todos nos temos o que merecemos .
Cordiais saudacoes do
Manuel Joaquim Leonardo
P.S.
Gostaria de ter feito este comentario de uma maneira mais pessoal mas como nao tem outro endereco conhecido cai na tentacao
de fazer este comentario no seu blog .