segunda-feira, setembro 23, 2013

23 DE SETEMBRO - O DIA DO RESTO DAS NOSSAS VIDAS

Há cerca de 3 anos que andam preparando os portugueses para o dia de hoje. O dia em que Portugal se emanciparia dos seus algozes financeiros, conseguindo nos mercados empréstimos que libertariam definitivamente da dependência do FMI, e os outros 2 financiadores que nos têm apertado o garrote até limites inimagináveis, com o apoio do maior dos trapaceiros que nos podia calhar em sorte. Com promessas de paraísos em período eleitoral, ganhas as eleições mandou-nos para o pior dos infernos e tornou-se mais papista que o papa, restringindo ainda mais a nossa vida que aquilo que os nossos credores exigiam.

O que me admira, o que me espanta e amedronta é que pessoas que eu conheço do meu quotidiano sejam solidários com o partido que dá alojamento a este vampiro, apresentando-se a eleições locais com um sorriso no rosto. Assusta-me pensar que existem portugueses solidários com quem demonstra tanto ódio pelos seus concidadãos. Assusta-me a ideia que em vez de condenarem ao ostracismo quem é capaz de nos devolver à miséria e ao opróbrio maior. Temo que nos estejamos a tornar insensíveis aos sinais de miséria e indigência cultural, intelectual e social, que nos circundam. Professores, licenciados, católicos e cristãos, veem a multiplicação da sopa dos pobres e não se revoltam. Assistem à criação de 2 Escolas, a dos ricos com direito a tudo e a dos pobres em que para além de saber ler e escrever e contar, pouco mais interessa.

Eu sinto uma mágoa profunda por ver amigos meus, ex-alunos, filhos de meus amigos, darem o nome e a sua representatividade para segurar ao poder aqueles que traíram e traem todos os dias os outros portugueses menos afortunados.  

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