CERCIPENICHE – 30 ANOS Eu tenho uma grande dificuldade em falar desta instituição. Desde logo porque fui dela afastado compulsivamente. Na carta que me dirigiram não renovando o meu destacamento, diziam que “a Direcção entendeu não o fazer por razões de estabilidade institucional”. O que fazia presumir ser eu uma espécie de elemento perturbante e perturbador.
Considerando que isto se deu em 1985 a CERCIP com esta atitude conseguiu sobreviver até hoje, aos meus desmandos e actos de terrorismo.
Mas há nisto a outra face da moeda. Uma escola, uma instituição de ensino ou formação, é formada por todos. Os bons (que são os que lá estão e estiveram) e os maus como eu. O seu crescimento depende da sua capacidade de auto-regeneração e da forma como se integra na sociedade.
Tenho pena que não tivessem sido convidados para participar na Festa do seu 30º Aniversário todos os que de uma forma ou de outra contribuíram para o crescimento da CERCIPENICHE.
Eu compreendo não ter sido convidado. Embora considere isso um erro. Mas houve tanta gente boa que passou por lá. Formadores, psicólogos e educandos. Os que saíram foram remetidos ao limbo do esquecimento. A não ser que por razões que não vêm ao caso, deles se tivessem lembrado.
Repito a alma de uma instituição é tudo aquilo que contribuiu para o seu crescimento. Não é apagando o passado que nos é doloroso que se constrói o futuro. Aos formandos da CERCIP, os únicos que são importantes, os meus votos das maiores felicidades pessoais e profissionais. Aos que ali trabalham com profissionalismo e de forma desinteressada do ponto de vista pessoal, votos de que essa capacidade de entrega nunca esmoreça.
Para quem daquilo faz um projecto de promoção pessoal que o tempo lhes dê aquilo que merecem.
PS: Reli este texto 3 vezes. Acho que consegui escrever isto sem acinte nem atitudes persecutórias. A CERCIP é de facto muito mais importante do que todos nas. As pessoas passam. Ela vai sobreviver.
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