quarta-feira, outubro 03, 2007

SINTO QUE SOU FELIZ… (NO MEU PAÍS CINZENTO)
Quando leio que o Museu Rainha Sofia, em Madrid, está a expor desde o dia 25 de Setembro uma grande retrospectiva da pintora Paula Rego. São mais de 90 quadros, 60 desenhos, 70 gravuras que cobrem os 52 anos de carreira da pintora portuguesa radicada em Londres. É ela própria que afirma em entrevista ao Jornal “Expresso” que gosta de fazer uma pintura comprometida com as causas que defende: as mulheres, o direito ao aborto, o sentido de injustiça, a relação de posse das pessoas, umas em relação às outras.
Quando leio aos sábados no Expresso a “impressão digital” que o José Manuel dos Santos lá deixa. É uma marca impressionante de beleza e luz. Julgo nela ver muito do que me foi dado ver sempre que me abro aos cheiros do mar no Quebrado. Sempre que me deixo envolver pelos misteriosos sinais dos dias em que aguardo que aconteça alguma coisa e vou sendo surpreendido por folhas caídas, prédios em ruínas, notícias inesperadas. São as coisas que acontecem porque eu as aguardo, ou eu aguardo-as porque é inevitável acontecer qualquer coisa. Leio as histórias que ele escreve e, sou ruas de Lisboa, sou empregado de mesa, sou ópera em S. Carlos ou, muito prosaicamente sou Madre Teresa não em crise de Fé, mas de Deus.
Sou Portugal-povo-menino-brincando. E deixo-me envolver nesta ternura vermelha ou púrpura (não sei bem) que ilumina os dias em que escrevo ou em que já escrevi. Escrevo para mim e o meu legado é que aquilo que escrevo possa servir para outra coisa qualquer além de ser lido por mim. PORTUGAL é então véspera da República que amo. Celebrando-a revisito os momentos dos sorrisos do meu avô Benjamim.Aqui o postal celebra a Proclamação da República. A figura que a representa tem tudo a ver com o simbolismo da Revolução Francesa e, com a Estátua da Liberdade oferecida aos americanos.República "pobrezinha", foram aproveitados os selos da Monarquia da efigie de D. Manuel II, carimbados com a palavra "REPÚBLICA". Tão simples como isto. Passado um ano a "república" perdeu os raios que lhe saiam magníficos da cabeça e, ganhou o chapéu republicano. Também tem uma cara mais aportuguesada. Ainda era tempo de festejar.

Sem comentários: