sexta-feira, janeiro 06, 2012

AS SOCIEDADES SECRETAS

Só têm espaço para vingar em países em que os ideais de Democracia e Liberdade não estejam consolidados ou, aqueles que atravessando momentos de convulsão estão mais permeáveis a ideias rocambolescas de lutas fratricidas.
As televisões que tão mau serviço têm prestado à cultura individual e colectiva do povo português transmitiram dois momentos maravilhosos de esperança para quem quiser aprender a ser livre e a lutar por essa liberdade. Refiro-me ao filme que a RTP2 transmitiu na noite de Passagem de Ano, “O Monte dos Vendavais” e à “Quadratura do Círculo” que passou ontem à noite na SIC Notícias. Um e outro programa, por meios diferentes fazem a exaltação da Liberdade individual e colectiva por processos justificáveis com os momentos que retractam.
As sociedades secretas só encontram espaço para se desenvolverem, quando um povo abdica dos princípios mais elementares consagrados na Carta dos Direitos Humanos. Essas sociedades numa sociedade livre, sejam elas de que natureza forem, são o principal veículo para o enriquecimento ilícito, para a obtenção de benefícios pessoais em desfavor de outros, para atingir um poder que não têm legitimidade para o usarem.
Pensar que 38 anos depois do 25 de Abril, olho para as instituições de poder deste pobre país e as vejo pejadas de corruptos e corruptores, beneficiários da miséria geral em que vive este povo, donos dos destinos da pobreza nojenta em que vivemos, gente que não merece qualquer crédito, que se socorrem da ignorância de todos nós para atingirem para si e para os seus os seus inconfessáveis interesses individuais.
De uma forma ou outra todos conhecemos essas seitas e alguns dos seus participantes. Absurdamente temos tendência para os tratarmos como gente respeitável, ao mesmo tempo que nos cruzamos com colegas de escola primária que hoje são pescadores, ou pintores, ou varredores e de forma sobranceira tendemos a ignorá-los. E no entanto eles são uns senhores quando comparados com aquela cáfila de malandros. Por cá por Peniche também os temos. Membros de sociedades secretas ou que pretensamente vivem com esses fundamentos. E funcionam? Nem por isso. Mas lá que são pretensiosos são.

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