TURISMO
RELATÓRIO DA GERÊNCIA MUNICIPAL DE 1970
São sobejamente conhecidas as carências da zona de Turismo no que respeita a rendimentos e portanto a sua influência na dinamização deste sector tão necessitado de impulso adequado ao aproveitamento do seu potencial.
É por isso que a Câmara chama a si a execução de algumas obras que poderiam ser enquadradas no orçamento da mesma zona.
Estão neste caso as obras de ampliação do restaurante da Ilha das Berlengas, a montagem de um pavilhão para o estacionamento de veículos na Praia do Molhe Leste e outras obras de valorização de alguns recantos pitorescos da área abrangida pela circunscrição turística.
E ainda a obra que teria início no decorrer do ano em curso, de ampliação do restaurante e casa de chá «Nau dos Corvos», cujo projeto se encontra a ser definitivamente elaborado, depois de ter obtido aprovação das entidades intervenientes.
Não obstante as motivações apontadas, decorreu com certo brilho a realização de mais um festival de verão, cujas atividades foram entregues a algumas coletividades da sede do concelho.
Teve particular interesse a realização de mais uma Feira do Livro, cujo êxito muito nos anima no prosseguimento em anos futuros, não só por atrair os muitos turistas que no período do verão se encontram na zona mas também pela demonstração de vitalidade cultural que nos apraz registar.
Através da zona de turismo se efetuaram também, obras de acesso a pesqueiros da zona sul da península, tornando praticável a pesca desportiva em sítios inacessíveis até à sua realização.
O problema da propaganda da zona com a execução de desdobráveis está em vias de solução e por esse motivo se justifica a existência de um saldo em dinheiro de certo vulto.
O movimento financeiro da zona cifrou-se, em 1970, no seguinte:
Saldo do ano anterior 86 566$30
Receita de 1970 281 451$20
368 017$50
Despesa de 1970 282 988$30
Saldo para 1971 85 029$20
Esta notícia, foi retirada de uma “Voz do Mar” de 1971. Um tempo curioso aquele em que sobravam dinheiros na área do Turismo de uns anos para os outros. Um tempo em que o que de relevante se realizou no ano anterior, terá sido um festival de verão (?) e pasme-se, a realização de uma feira do livro.
Naquele tempo em que os legionários e os seus filhos se preocupavam consigo próprios, sem a preocupação de criarem mais valias para o futuro, o “salão de chá” era obra da Câmara Municipal, tal como a ampliação do restaurante da ilha e a criação de um parque coberto para as viaturas automóveis na praia do Molhe Leste (a única que na altura era frequentada pelas pessoas de bem de Peniche).
Quando vejo as preocupações de certas pessoas hoje em relação a Peniche, sai do mais fundo de mim uma imensa gargalhada. Apetece dizer que chegaram tarde mas não se calam.
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