26 FAMÍLIAS À ESPERA DE HABITAÇÃO SOCIAL HÁ DUAS DÉCADAS REALOJADAS DEVIDO A MAU TEMPO EM PENICHE
Torres Vedras, Portugal 19/01/2013 19:07 (LUSA)
Temas: Desastres naturais, Caso de emergência, Assistência social, Meteo
Peniche, 19 jan (Lusa)- Vinte e seis famílias, que vivem num acampamento comunitário com casas de madeira e plástico em Peniche e que aguardam há duas décadas por casas de habitação social, foram hoje em parte realojadas devido ao mau tempo.
Enquanto o vento soava alto e com forte intensidade, Carlos Conceição, um dos elementos da comunidade, via a maior parte das frágeis habitações a ser "arruinadas" pelo mau tempo, deixando intactas apenas cinco das 23 existentes.
"Está tudo partido", contou à agência Lusa o residente, para quem a maior preocupação era "onde iriam pernoitar" na próxima noite as cerca de cem pessoas, mais de metade das quais são crianças.
Os vendavais são a principal dor de cabeça da comunidade. Desde dezembro de 2009, data em que a região foi devastada por um ciclone como não havia memória, estes problemas não ocorriam.
As 26 famílias vivem em casas de madeira e plástico e aguardam há duas décadas que a câmara municipal lhes entregue casas de habitação social.
"Estamos disponíveis para sair daqui, mas prometem-nos soluções e nada", disse o homem.
No concelho, 312 famílias aguardam por habitação social, revelou a vereadora da Ação Social, Clara Abrantes, que admitiu atrasos no projeto de construção de novas casas.
"Temos muitas dificuldades em conceder habitação", disse.
Para fazer face à situação de emergência provocada pelo mau tempo, os serviços sociais do município estão a realojar 60 pessoas dessa comunidade na Casa Municipal da Juventude, onde havia ainda capacidade para outras 20, esclareceu a autarca, após uma reunião de câmara extraordinária, ocorrida hoje.
A câmara distribuiu ainda roupas de vestir e de cama e ainda fraldas, leite e alimentos. Clara Abrantes adiantou que a câmara convocou para segunda-feira uma reunião do conselho executivo da Rede Social para tentar resolver o problema.
O local dispõe de 80 camaratas, mas "ninguém ficaria de fora", garantiu, tendo em conta o espaço existente para colocar colchões.
Apesar de tudo, a comunidade queixou-se de que "não havia condições" para pernoitar para uma centena de pessoas nem para confecionar comida, motivo pelo qual a restante comunidade optou por permanecer nas cinco casas de madeira que se mantêm intactas.
Uma vez que o mau tempo pode ficar até quinta-feira, a autarquia concedeu um prazo de dez dias para as cem pessoas organizarem o espaço onde estão acampadas e saírem da Casa Municipal da Juventude.
FYC // CC.
Lusa/Fim
À guisa de comentário
Ser oposição é tão diferente de ser poder… Esta verdade do sr. de Lapalisse vem a propósito da posição do PCP quando era oposição sobre o chamado “Acampamento dos Ciganos”. Aqui está uma óptima oportunidade de resolver este problema definitivamente, libertando terrenos particulares. Mas, agora a história é outra. Convenhamos que ser poder tem muitas limitações.
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