segunda-feira, março 22, 2010

DE NOVO AS ESCOLAS
Uns quantos acontecimentos que apesar de não poderem ser enquadrados num todo, levantaram de novo as vozes dos que fazem das escolas o hemiciclo das suas pretensões políticas.
Vêm uns e dizem que agredir professores deve ser considerado crime público, por comparação da profissão de professor com a de polícia.
Vêm outros e acham que se deve reeditar os Quadros de Honra, de Mérito e de Excelência.
Mas o que consubstancia as dificuldades por onde as escolas passam não é aflorado. Acreditar que o problema das escolas se resolve com polícias e tribunais é não estar preparado para discutir o que ao longo destes anos tem corrido mal. Porque razão fazem os políticos e os diferentes Ministros tábua-rasa da experiência acumulada ao longo dos anos e chegam ao Ministério ou à Assembleia da República e vai de vomitar leis sem saber as consequências do que fazem. E depois as novas reformulações terminam quando chega um novo ministro sem nunca se avaliar o que foi feito.
Não é Ministro quem quer ou quem cobra favores políticos. É Ministro quem tem conhecimentos técnico-cientificos de escolas que o preparam para o ser.
Falam hoje de educação nos sindicatos quem já não entra numa escola a desenvolver prática pedagógica há mais de duas décadas. O que sabe sobre o dia a dia duma escola?
Por outro lado vem o cretino do político com a ideia de premiar os melhores alunos, como se isso fosse um desafio para os restantes quererem ser tão bons alunos como o que consta do Quadro de Honra.
Os líderes numa escola pública nunca são os melhores alunos. São os mais desenrascados. O Quadro de Honra até pode fazer sentido em algumas escolas. Mas não em todas. Deixem que sejam as escolas no âmbito de uma autonomia que nunca lhes deveria ter sido cerceada a definir os seus próprios caminhos.
Deixem as escolas em paz. Reactivem a autonomia das escolas e os Concelhos Directivos eleitos por 5 anos no caso das escolas 2.3 e por 3 anos no caso das escolas Secundárias.
Permitam que as escolas definam as suas regras em projectos Educativos sem a interferência das Direcções Regionais ou do Ministério da Educação. Reactivem o funcionamento das Inspecções pedagógicas e Administrativas que fiscalizem o cumprimento das regras essenciais definidas para o Sistema Educativo. E calem-se e não digam asneiras sindicatos e políticos.
Quanto aos professores pensem que são os alunos que são a razão de receberem ordenado e deixem de os tratar como escumalha ou no mínimo como inimigos.
Vão ver que tudo começa a correr melhor.

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