Oh PSD que já foste
Oh PSD que já não és
Oh PSD que estás voltado
Da cabeça para os pés
(quadra popular adaptada)
Raramente se conjugaram tantas pessoas notáveis (digo isto sem qualquer ironia) para apoiar um partido em busca de si próprio. De todos os antigos presidentes do partido vivos, só Cavaco Silva não foi lá dizer de sua justiça. Mas faço ideia da vontade que ele teve de ir sacudir aquela gente para ver se a acorda. Eu como qualquer cidadão atento às coisas da política, vi, li e ouvi o que por lá se foi passando.
O PSD que ao longo dos tempos da democracia pós 25 de Abril, tem sido um partido de poder e de capacidade de intervenção, tem vindo a perder influência junto dos eleitores e pior que isso, não se consegue afirmar como alternativa ao partido do governo.
Eu como muitos outros cidadãos gostaríamos de poder acreditar que o PSD pode ser melhor que o PS. Mas ninguém minimamente atento pode conseguir ver isso neste PSD e nestes militantes que agora disputam o campeonato dos últimos.
Bem falaram o professor Marcelo e o “pequenino” Marques Mendes sobre o que era importante e o que era acessório. No fim tivemos excesso do acessório e pouco importante foi o que se decidiu.
Mais uma vez o cidadão comum foi alertado para as razões que tornam os partidos pouco apetecíveis e de uma desonestidade intelectual total. Ficámos a saber nas entrelinhas ou mesmo no que foi dito e aprovado que só é ingénuo e vota nesta gente quem é igual a eles. E isto que se passou no PSD é igualzinho sem tirar nem pôr ao que se passa em todos os outros partidos políticos. O que vale é eles se denunciam uns aos outros, ficando nós a perceber o que são e o que querem. Vale o tráfico de influências e a capacidade de oferecer as pequenas partes do bolo nacional.
Deste congresso do PSD fiquei a saber 3 coisas muito importantes:
- Que os candidatos a presidentes do partido têm as suas claques estrategicamente colocadas na sala do congresso para baterem palmas às intervenções dos seus putativos chefes. Essas palmas são negociáveis em lugares das listas nacionais das Juventudes partidárias, para as câmaras Municipais e quem sabe em lugares subalternos no aparelho de estado.
- Que não se pode ser Presidente de Câmara se não se for mentiroso. Afirmou o presidente da Câmara das Caldas o que deu direito a sorrisos boçais do candidato Pedro Passos Coelho e seus acólitos. Para se ser Presidente de um partido tem de se ser mais mentiroso e presumo que não se pode ser 1º Ministro se não se for muito mais mentiroso. Quer dizer que isto é verdade e que toda a gente o sabe. Quer dizer que quando o senhor Coelho chama mentiroso ao Primeiro-Ministro está a constatar um facto que também o atinge a ele e aos seus. Mas pretende estupidamente dar-nos a entender que o Eng. Sócrates é o único. “Coitado do mentiroso, mente uma vez mente sempre…”
- Por último fiquei ainda a saber que se pode insultar um 1º Ministro ou um Presidente da República sempre e em qualquer altura. Mas mesmo que se seja um pulha não se pode por em causa um candidato do PSD nos 6 meses anteriores a uma eleição, sob pena de se ser expulso do partido. Para quem tanto advoga a liberdade de expressão é um achado. E ainda mais vindo de quem vem, o senhor Santana Lopes.
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