terça-feira, setembro 20, 2011

“FELIZMENTE HÁ LUAR”
Este é o título de uma peça de teatro de Luis de Sttau Monteiro, um drama de carácter épico publicada em 1961 e só levada à cena em Portugal em 1978. “retrata a trágica apoteose do movimento liberal oitocentista, em Portugal. Apresenta as condições da sociedade portuguesa do séc. XIX e a revolta dos mais esclarecidos, muitas vezes organizados em sociedades secretas. Segue a linha de Brecht e mostra o mundo e o homem em constante transformação; mostra a preocupação com o homem e o seu destino, a luta contra a miséria e a alienação e a denúncia da ausência de moral; alerta para a necessidade de uma sociedade solidária que permita a verdadeira realização do homem.”
Não é tão despropositado como se possa pensar retomar aqui mais de 37 anos depois alguns dos ícones que criaram um movimento solidário de oposição que permitiu a Portugal reerguer-se de novo como nação orgulhosa e capaz de feitos que não adivinhávamos.
Para além dos “buracos” e das penas a que nos condenaram uns e outros, para além da incompreensão com que ouvimos certos políticos que passam a ávida a falar em nome do povo e das classes trabalhadoras, a vergarem a espinha para não perderem tudo na luta política eleitoral, para além de tudo isto está o mal-estar que começa a germinar e a conduzir as atitudes das pessoas.
As épocas alteram-se e as formas de luta também. Mas a vontade de dizer não permanece inalterável. Todas as épocas comportam os seus Gomes Freire de Andrade e os seus Salgueiros Maia. Vai chegar o momento em que se tornará insuportável aceitar tanta indignidade e tanta hunilhação.

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