DE QUE TÊM MEDO OS PROFESSORES?
Algumas reflexões me merecem as notícias entretanto difundidas sobre os exames de aferição do 4º e 6º ano de escolaridade.
Desde logo a forma como os média se comportaram ao invadirem as escolas e fazerem disso um espectáculo, interrogando crianças dos 9 aos 12 anos com perguntas estúpidas e espúrias sobre os seus sentimentos face aos exames em que iriam participar. Por muito que os professores tivessem preparado os seus alunos para a normalidade da situação, o comportamento dos jornalistas e sobretudo das televisões, transformaram tudo num momento de excitação e nervosismo para as crianças, que tiveram que ter os seus resultados nos seus comportamentos no decorrer das provas em que participaram. Se os adultos quando vêm uma câmara de televisão se passam, o que não acontecerá com as crianças.
Mas não foi sobre este assunto que vi os professores insurgirem-se. Nem foi uma discussão sobre os fundamentos e consequências pedagógicas da introdução de factores estranhos (os exames) na prática lectiva. Quais as consequências para as atitudes dos alunos, de uma actividade que há muito deixou de fazer parte das actividades das escolas nestas fases etárias?
Algumas reflexões me merecem as notícias entretanto difundidas sobre os exames de aferição do 4º e 6º ano de escolaridade.
Desde logo a forma como os média se comportaram ao invadirem as escolas e fazerem disso um espectáculo, interrogando crianças dos 9 aos 12 anos com perguntas estúpidas e espúrias sobre os seus sentimentos face aos exames em que iriam participar. Por muito que os professores tivessem preparado os seus alunos para a normalidade da situação, o comportamento dos jornalistas e sobretudo das televisões, transformaram tudo num momento de excitação e nervosismo para as crianças, que tiveram que ter os seus resultados nos seus comportamentos no decorrer das provas em que participaram. Se os adultos quando vêm uma câmara de televisão se passam, o que não acontecerá com as crianças.
Mas não foi sobre este assunto que vi os professores insurgirem-se. Nem foi uma discussão sobre os fundamentos e consequências pedagógicas da introdução de factores estranhos (os exames) na prática lectiva. Quais as consequências para as atitudes dos alunos, de uma actividade que há muito deixou de fazer parte das actividades das escolas nestas fases etárias?
Pior, não vi ninguém preocupado em saber como se comportar face aos seus alunos numa situação de exames. E como preparar os seus alunos para isto. Não vi ninguém manifestar-se antes dos exames acontecerem. Foi no próprio deles em que eles aconteceram que se manifestaram a criaram mais pressão psicológica sobre os meninos e meninas. Porque não me venham os senhores professores com tretas. Sabem que os miúdos vêm televisão. E sabem que ainda vem aí o exame de aferição de Matemática. Quem está a criar desajustamentos nas criancinhas são os próprios professores. Mas com isso não se preocupam eles.
Os professores em todos os órgãos de comunicação social a que tive acesso, temem que as provas permitam concluir sobre as suas incapacidades para a actividade que desenvolvem. Isto é, não os afecta a avaliação dos alunos. Se eles estão bem ou mal preparados. Se apreenderam ou não as matérias leccionadas. O que os preocupa é se isso pode permitir concluir sobre as suas próprias capacidades de desenvolverem a actividade para que são pagos com o dinheiro de todos nós. É o seu umbigo que os preocupa. Não é o que acontece ou pode acontecer às nossas criancinhas. O que mais me indigna nem é os professores terem esta atitude. Pelo que conheço de muitos é perfeitamente natural. O que me surpreende é que sejam os sindicatos os seus porta-vozes. Perderam o pudor por completo.Então mesmo que fosse verdade o Ministério da Educação querer também testar o que os professores andam a fazer, não o pode fazer? Quer dizer que os professores recebem o ordenado e não se lhes pode pedir resultados ou justificações para a falta deles? Quer dizer que quem não cumpre com as suas obrigações não pode ser responsabilizado por isso? Tenham juízo meus senhores.
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