segunda-feira, maio 07, 2007

HISTÓRIAS DO MEU TEMPO
Era uma vez... eu era professor. Na minha profissão contactei com centenas de outros professores, milhares de alunos, muitos milhares de pais, pelas 4 partidas do Mundo por onde a minha profissão me permitiu passar. Conheci muita gente portanto. É claro que temos tendência ao fim de tantos anos, só para recordar o que nos marcou muito ou pela negativa ou pela positiva.
Hoje quando hoje um conjunto de frases feitas sobre as escolas, sobre os professores ou sobre os alunos, apetece-me gritar e dizer que não existem remédios nem conceitos para esta ou para aquela situação, porque de facto cada caso é um caso. Reagir de forma errada pode condicionar o futuro dos que são alvo dessa atitude. Em mais de 50% dos casos as situações difíceis resolvem-se só com bom senso. Nenhum Regulamento Interno, nenhuma legislação sobre Disciplina Escolar contém as panaceias do que diariamente todos, professores, alunos e funcionários, temos que enfrentar numa escola.
Estou a recordar-me duma professora que conheci nos meus últimos 10 anos, que odiava a generalidade das crianças da escola. Esse ódio sentia-se em todas as suas atitudes. De tal maneira era evidente que as crianças que tinham o azar de pertencer a turmas com que ela trabalhava, falavam nisso com o à vontade de quem está a conversar sobre uma situação perfeitamente normal. E quanto mais as crianças tivessem problemas de aprendizagem ou por serem crianças com problemas, ou por pertencerem a substractos da população, mais era o asco que ela sentia por elas. O que estava errado não era essa senhora ser assim. Era como é que o sistema funcionava com tal permissividade que tornava possível uma criatura assim tornar-se professora efectiva sem que alguém pudesse pôr cobro a tanta tortura para ela própria e para os seus alunos.
E assim passaram gerações de alunos sem aproveitamento por razões que as estatísticas dirão que, são certas disciplinas que condicionam as aprendizagens.

Sem comentários: