A notícia brutal e pesada acaba de me chegar. Morreu o “Parrana”. Este era o nome de guerra do nosso amigo de Peniche que há muitos e muitos anos daqui se foi embora. Filho do Dr. Serra e da D. Judite era conhecido por ser mais um “pilante” entre tantos de nós. Descalço porque isso enrijava os pés. Ruivo como um corisco, os caminhos da Ribeira eram também os seus caminhos. Embora pertencesse a um extracto social acima da média, nada o distinguia do pessoal que fazia da Ribeira um local de culto, ou dos campos de futebol improvisados um sítio de estar.
Depois estudou, dedicou-se ao trabalho e ao desenho e à pintura. Manteve nestas áreas as suas ligações a Peniche, ao Mar e a este cheiro que o marcaram para sempre. Fez aqui algumas exposições dos seus trabalhos que obtiveram o êxito normal nessas circunstâncias. Conservo desde há mais de 30 anos um S. Leonardo que lhe comprei na sua primeira exposição realizada no Clube. Ultimamente era presença assídua em Feiras de Artesanato que aqui se realizaram e nos Sabores do Mar. Espero e desejo muito sinceramente que a Câmara Municipal de Peniche tenha adquirido para o seu Museu, alguns dos seus trabalhos.
Há muito tempo que rumou para Lisboa mas aqui regressou sempre numa vontade sempre renovada de reviver as suas raízes. Ele era um filho e um Amigo de Peniche. Será bom que o recordem na convenção que agora se vai realizar, já que ele estava anunciado como presença nos “Sabores do Mar”.
Morreu o meu Amigo “Parrana”. É este o obituário que neste momento sou capaz de lhe escrever e dedicar.
Morreu o Serrinha.
Morreu o ANTÓNIO ABREU VAZ SERRA.
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