segunda-feira, junho 18, 2007

O CAMPO DA TORRE
A 5 de Outubro de 2004 escrevi e publiquei no jornal local o seguinte:
“...No período “da longa e tenebrosa noite fascista”, tempo antidemocrático e de repressão, o António Bento sempre teve um cuidado extremamente interessante e inovador para a época. Dos empreendimentos mais marcantes, exigia que se fizesse a maqueta correspondente, expunha-a no clube ou no espaço onde hoje se encontra a Caixa Geral de Depósitos e pedia aos cidadãos que manifestassem a sua opinião sobre esse empreendimento.
Assim foi com a Praial, aproveitamento da costa entre o molhe leste e a Consolação. O mesmo com o arranjo da Praça Jacob, com a Escola Industrial. Estas são as exposições que melhor recordo, embora tenha a ideia que houve outras.
Mais recentemente na vizinha Vila de Atouguia da Baleia, esteve em discussão o arranjo do largo de Nª Srª da Conceição, o mais importante dessa localidade.
Aqui na sede do Concelho, que mais parece o quintal dos “sete magníficos” que ocupam os Paços do Concelho, decidiram meter mãos no Campo da Torre e à entrada de Peniche, sem dar “cavaco” a quem quer que fosse. Isto parece um quintal de uns quantos. Põe-se lá uma churrasqueira e pronto.
Os habitantes da cidade e do Concelho comem e calam o que eles sozinhos decidem. A Voz do Mar se publicou alguma coisa não foi porque lhe dessem conhecimento. Foi porque sonegou esse conhecimento. Eu tomei dele conhecimento no Jornal das Caldas, quando fui ao médico em 25 de Agosto.
Não merecemos saber o que se propõem fazer. Não merecemos ser ouvidos. Não merecemos poder sugerir ou criticar. Assim se constrói a Democracia representativa no nosso Concelho. Assim se incentiva a participação cívica dos cidadãos. Regime da rolha para Peniche, como nos bons velhos tempos.
E tanto faz falar de quem Governa este Concelho, como da sua oposição. São todos iguais. A oposição tem a maioria na Câmara... quando já a utilizou em benefício da população?”


No momento em que as pessoas podiam reivindicar, toda a gente comeu e calou. Agora, à boa maneira penicheira, ouvem-se os mais mordazes comentários a propósito do que “parece” ser o arranjo urbanístico do Campo da Torre. Confesso que também não percebo muito bem o que lá está, salvo num ou noutro aspecto que se calhar até nem serão muito significativos.
De resto aguardo o termo daquelas obras para saber se gosto ou não. Ou muito me engano ou “aquela coisa” vai ter um triste fim. Cá estamos para ver, como dizia o cego.

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