ÓBIDOS
Sou do tempo em que ir a Óbidos era uma aventura um pouco mais entusiasmante do que ir aos Remédios a pé pela estrada velha. Óbidos era o Montez e a sua ginja que evoluiu para formas mais sofisticadas de ser bebida. Mas a ginja do Montez era muito mais que uma ginja de qualidade inigualável. Era bom porque existia o Montez que nos contava as histórias que mais pareciam lendas.
Óbidos soube acompanhar o evoluir dos tempos. Ainda lá voltei há 28 anos para pedir a minha mulher em casamento. E voltei depois disso a um restaurante ímpar perto da escola EB e que hoje já não existe, com a minha mulher e os meus filhos. Depois disso Óbidos por uma ou outra razão deixou de ser lugar dos meus devaneios. Mas tenho acompanhado a magistral influência que o Dr. Telmo Correia tem exercido sobre aquele concelho.
Óbidos Vila Natal. Óbidos medieval. Óbidos e a Semana Santa. Óbidos capital do chocolate. Óbidos o Mundo dos Livros. As semanas de Música Clássica. As Óperas.
Multiplicam-se as ofertas de forma criativa. Ao longo do ano. Óbidos tornou-se um destino para uma multiplicidade de pessoas e apetites. Pelas feiras de artesanato pululam as ginjinhas em copo de chocolate. O empreendorismo é a marca da Vila de Óbidos. O seu presidente soube alterar o habitual fatalismo com que as pequenas vilas do interior litoral vão aborrecendo os seus dias e deu-lhe um destino e várias causas.
Óbidos tornou-se uma referência que cumpre exaltar neste momento. E o seu presidente de Câmara alguém que merece ser reconhecido pela inteligência com que soube fazer surgir do nada todo um imaginário de brilhantes actividades.
Ver e perceber Óbidos, saborear a inteligência com que o Dr. Telmo Correia desenvolveu os mandatos que exerceu é de toda a justiça, num país em que o caciquismo se institucionalizou para perpectuar o poder. Sem outras razões.
"Conversar em Peniche" não é necessariamente conversar sobre Peniche. Também mas não só. Algumas vezes assumirá um papel de raiva. Ou de guerra. Será provocador qb. Comprometido. Não será isento nem de erros nem de verdades (os meus, e as minhas). O resto se verá...
quinta-feira, maio 23, 2013
quarta-feira, maio 22, 2013
O EXORCISTA
Foi um filme. Duro de ver. Agora é notícia porque alegadamente o Papa Francisco terá exorcizado um homem na praça de S. Pedro.
Exorcizar é retirar o Diabo do corpo de uma pessoa da qual se apossou e age através dela espalhando o mal, agredindo verbal e violentamente as almas puras que se atravessam no seu caminho.
As almas puras e com grandes capacidades psíquicas podem, rezando, fazer com que o demónio saia do corpo da pessoa possessa, não sem que antes o Anjo Negro tudo faça para impedir essa expulsão.
Explicado o fenómeno receio que algumas figuras públicas tenham problemas em se deslocarem ao Vaticano. O nosso Governo parece ser um lauto banquete para as forças do mal. Em algumas circunstâncias deixam perceber que estão a ser dominados pelo Demo. São momentos fugazes que um ou outro jornal em momentos de distracção do senhor do Mal, não se apercebe que está a vir à superfície.
Foi um filme. Duro de ver. Agora é notícia porque alegadamente o Papa Francisco terá exorcizado um homem na praça de S. Pedro.
Exorcizar é retirar o Diabo do corpo de uma pessoa da qual se apossou e age através dela espalhando o mal, agredindo verbal e violentamente as almas puras que se atravessam no seu caminho.
As almas puras e com grandes capacidades psíquicas podem, rezando, fazer com que o demónio saia do corpo da pessoa possessa, não sem que antes o Anjo Negro tudo faça para impedir essa expulsão.
Explicado o fenómeno receio que algumas figuras públicas tenham problemas em se deslocarem ao Vaticano. O nosso Governo parece ser um lauto banquete para as forças do mal. Em algumas circunstâncias deixam perceber que estão a ser dominados pelo Demo. São momentos fugazes que um ou outro jornal em momentos de distracção do senhor do Mal, não se apercebe que está a vir à superfície.
terça-feira, maio 21, 2013
CARLOS ABREU AMORIM
- Professor Universitário
- Deputado do PSD
- Vice-Presidente da bancada Parlamentar do PSD
- Candidato do PSD a Vila Nova de Gaia
Frase que o define como homem e como político:
«”magrebinos” curvem-se perante a glória do grande Dragão»
MAGREBINOS - adj. e s.m. Relativo ao Magreb ou o que é natural ou habitante dessa região do Norte da África
Presumo que o dito deputado e candidato a Presidente da Câmara Municipal,
Tenha dito isto para ser pjerorativo para com quem não pertence à classe dos “Dragões”. Entretanto já veio pedir desculpas pela infelicidade da frase. (como é óbvio e com uma pessoa destas, acredito mais na sinceridade do que disse e no justo valor de que pensa o que disse, do que no seu pedido de desculpas). Penso que ele não quereria ofender os magrebinos. Porque ser do magrebe é tão honroso como ser natural da “mui nobre e invicta cidade do Porto”.
Então será desonroso não ser “Dragão”. O que acontece a milhões de portugueses que não sentem qualquer afinidade com esse animal pré-histórico ou lendário, com que o sr. Deputado se identifica. Ele é grande e gordo e deita lume pelos olhos e gafanhotos da boca quando se irrita, mas não me passaria pela cabeça ofendê-lo ou não gostar dele por isso. É a sua caracteristica fisica e cada um tem a que tem. Mas já me preocupa que um professor universitário diga coisas destas. Como é que eu posso confiar numa Universidade que o mantém como professor? E que tipo de licenciatura terão aqueles alunos formados por alguém que diz coisas deste tipo.
Quanto ao facto de ser deputado, nada a acrescentar. Não espero outras coisas dos deputados das escolhas do Relvas.
- Professor Universitário
- Deputado do PSD
- Vice-Presidente da bancada Parlamentar do PSD
- Candidato do PSD a Vila Nova de Gaia
Frase que o define como homem e como político:
«”magrebinos” curvem-se perante a glória do grande Dragão»
MAGREBINOS - adj. e s.m. Relativo ao Magreb ou o que é natural ou habitante dessa região do Norte da África
Presumo que o dito deputado e candidato a Presidente da Câmara Municipal,
Tenha dito isto para ser pjerorativo para com quem não pertence à classe dos “Dragões”. Entretanto já veio pedir desculpas pela infelicidade da frase. (como é óbvio e com uma pessoa destas, acredito mais na sinceridade do que disse e no justo valor de que pensa o que disse, do que no seu pedido de desculpas). Penso que ele não quereria ofender os magrebinos. Porque ser do magrebe é tão honroso como ser natural da “mui nobre e invicta cidade do Porto”.
Então será desonroso não ser “Dragão”. O que acontece a milhões de portugueses que não sentem qualquer afinidade com esse animal pré-histórico ou lendário, com que o sr. Deputado se identifica. Ele é grande e gordo e deita lume pelos olhos e gafanhotos da boca quando se irrita, mas não me passaria pela cabeça ofendê-lo ou não gostar dele por isso. É a sua caracteristica fisica e cada um tem a que tem. Mas já me preocupa que um professor universitário diga coisas destas. Como é que eu posso confiar numa Universidade que o mantém como professor? E que tipo de licenciatura terão aqueles alunos formados por alguém que diz coisas deste tipo.
Quanto ao facto de ser deputado, nada a acrescentar. Não espero outras coisas dos deputados das escolhas do Relvas.
segunda-feira, maio 20, 2013
CARLOS QUEIRÓS
(1907/1949)
(fontes: DN de 2013/05/18 e Wikipédia)
Morreu novo, quem os deuses esqueceram… José Carlos de Queirós Nunes Ribeiro, publicou em vida apenas dois livros: - “Desaparecido” e “Pequeno Tratado de Não Versificação). Contemporâneo de Almada Negreiros, Jorge de Sena, Fernando Pessoa, José Gomes Ferreira, entre outros trabalhou em actividades culturais com alguns deles e cedo se tornou notado pela suas capacidades de análise literária e pelos trabalhos dispersos que ía desenvolvendo. Sobrinho daquela que Pessoa imortalizou, Ophélia, nunca se tornou notado porque o génio de Pessoa tudo ofuscou à sua volta.
Deixo-vos com 3 poemas de sua autoria que atestam bem da sua enorme qualidade como poeta.
Apelo à Poesia
Por que vieste? — Não chamei por ti!
Era tão natural o que eu pensava,
(Nem triste, nem alegre, de maneira
Que pudesse sentir a tua falta... )
E tu vieste,
Como se fosses necessária!
Poesia! nunca mais venhas assim:
Pé ante pé, covardemente oculta
Nas idéias mais simples,
Nos mais ingênuos sentimentos:
Um sorriso, um olhar, uma lembrança...
— Não sejas como o Amor!
É verdade que vens, como se fosses
Uma parte de mim que vive longe,
Presa ao meu coração
Por um elo invisível;
Mas não regresses mais sem que eu te chame,
— Não sejas como a Saudade!
De súbito, arrebatas-me, através
De zonas espectrais, de ignotos climas;
E, quando desço à vida, já não sei
Onde era o meu lugar...
Poesia! nunca mais venhas assim,
— Não sejas como a Loucura!
Embora a dor me fira, de tal modo
Que só as tuas mãos saibam curar-me,
Ou ninguém, se não tu, possa entender
O meu contentamento,
Não venhas nunca mais sem que eu te chame,
— Não sejas como a Morte!
Província
Se eu tivesse nascido
No seio da província, era fatal
Que o meu sonho maior, o mais sentido
Seria triunfar na capital.
E depois de tê-lo conseguido,
Voltar à terra natal
E ser pelos conterrâneos recebido
Com palmas e foguetes,
Fanfarras, vivas e banquetes
Na Câmara Municipal.
Desaparecido
Sempre que leio nos jornais:
"De casa de seus pais desapareceu. . . "
Embora sejam outros os sinais,
Suponho sempre que sou eu.
Eu, verdadeiramente jovem,
Que por caminhos meus e naturais,
Do meu veleiro, que ora os outros movem,
Pudesse ser o próprio arrais.
Eu, que tentasse errado norte;
Vencido, embora, por contrário vento,
Mas desprezasse, consciente e forte,
O porto de arrependimento.
Eu, que pudesse, enfim, ser meu
— Livre o instinto, em vez de coagido,
"De casa de seus pais desapareceu..."
Eu, o feliz desaparecido
(1907/1949)
(fontes: DN de 2013/05/18 e Wikipédia)
Morreu novo, quem os deuses esqueceram… José Carlos de Queirós Nunes Ribeiro, publicou em vida apenas dois livros: - “Desaparecido” e “Pequeno Tratado de Não Versificação). Contemporâneo de Almada Negreiros, Jorge de Sena, Fernando Pessoa, José Gomes Ferreira, entre outros trabalhou em actividades culturais com alguns deles e cedo se tornou notado pela suas capacidades de análise literária e pelos trabalhos dispersos que ía desenvolvendo. Sobrinho daquela que Pessoa imortalizou, Ophélia, nunca se tornou notado porque o génio de Pessoa tudo ofuscou à sua volta.
Deixo-vos com 3 poemas de sua autoria que atestam bem da sua enorme qualidade como poeta.
Apelo à Poesia
Por que vieste? — Não chamei por ti!
Era tão natural o que eu pensava,
(Nem triste, nem alegre, de maneira
Que pudesse sentir a tua falta... )
E tu vieste,
Como se fosses necessária!
Poesia! nunca mais venhas assim:
Pé ante pé, covardemente oculta
Nas idéias mais simples,
Nos mais ingênuos sentimentos:
Um sorriso, um olhar, uma lembrança...
— Não sejas como o Amor!
É verdade que vens, como se fosses
Uma parte de mim que vive longe,
Presa ao meu coração
Por um elo invisível;
Mas não regresses mais sem que eu te chame,
— Não sejas como a Saudade!
De súbito, arrebatas-me, através
De zonas espectrais, de ignotos climas;
E, quando desço à vida, já não sei
Onde era o meu lugar...
Poesia! nunca mais venhas assim,
— Não sejas como a Loucura!
Embora a dor me fira, de tal modo
Que só as tuas mãos saibam curar-me,
Ou ninguém, se não tu, possa entender
O meu contentamento,
Não venhas nunca mais sem que eu te chame,
— Não sejas como a Morte!
Província
Se eu tivesse nascido
No seio da província, era fatal
Que o meu sonho maior, o mais sentido
Seria triunfar na capital.
E depois de tê-lo conseguido,
Voltar à terra natal
E ser pelos conterrâneos recebido
Com palmas e foguetes,
Fanfarras, vivas e banquetes
Na Câmara Municipal.
Desaparecido
Sempre que leio nos jornais:
"De casa de seus pais desapareceu. . . "
Embora sejam outros os sinais,
Suponho sempre que sou eu.
Eu, verdadeiramente jovem,
Que por caminhos meus e naturais,
Do meu veleiro, que ora os outros movem,
Pudesse ser o próprio arrais.
Eu, que tentasse errado norte;
Vencido, embora, por contrário vento,
Mas desprezasse, consciente e forte,
O porto de arrependimento.
Eu, que pudesse, enfim, ser meu
— Livre o instinto, em vez de coagido,
"De casa de seus pais desapareceu..."
Eu, o feliz desaparecido
sábado, maio 18, 2013
sexta-feira, maio 17, 2013
NOTÍCIA DA LUSA:
“INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA E TURISMO SÃO PRIORIDADES NA REVISÃO DO PDM DE PENICHE
Torres Vedras, Portugal 16/05/2013 13:35 (LUSA)
Temas: Ambiente, Autoridades locais, habitação e urbanismo, Desporto, Surf
Peniche, 16 mai (Lusa) - A Câmara de Peniche revelou hoje que está a rever o Plano Diretor Municipal (PDM) para responder aos desafios de desenvolvimento, como o turismo à procura de ondas e a investigação científica nas atividades ligadas ao mar.
O presidente da câmara, António José Correia (CDU), disse à agência Lusa que o atual PDM, datado de 1995, "está completamente obsoleto enquanto documento estratégico, impondo-se uma revisão adequada à realidade atual e aos cenários futuros de desenvolvimento do concelho".
O autarca explicou que a equipa técnica de revisão do documento vai ter em conta o novo turista que começou a surgir em Peniche não só na época balnear, mas ao longo do ano na procura de ondas para a prática de desportos de deslize e de ondas, nomeadamente o surf, desde que o concelho recebe desde 2010 a etapa do campeonato mundial da modalidade.
Os novos fluxos de visitantes, também ligados ao turismo náutico, às atividades marítimo-turísticas e ao mergulho, "requerem um correto ordenamento com estratégias que sejam atrativas para atrair investimentos" nessas áreas.
António José Correia adiantou ainda que o novo PDM deve também ter em conta a investigação dos recursos marinhos, cujo centro de investigação da Escola Superior de Tecnologia do Mar de Peniche está em construção na cidade, mas também o porto de pesca e a indústria transformadora de pescado.
Para potenciar essas áreas e contribuir para o investimento tecnológico, o autarca exemplificou que podem vir a ser criados parques empresariais e mecanismos que facilitem o licenciamento desses investimentos.
No novo modelo de desenvolvimento para o concelho, o município pretende atrair pessoas aos núcleos urbanos já existentes e apostar na reabilitação urbana, sem criar novas zonas habitacionais.
Para valorizar as atividades económicas, é intenção criar no PDM zonas do território com potencial agrícola, zonas para a instalação de projetos de investigação e zonas "ambientalmente sensíveis" ou zonas de risco para não se destruir recursos naturais.
O documento vai também ter em conta as potencialidades das energias renováveis, a preservação dos cordões dunares e das arribas da orla costeira e os circuitos pedonais da Rede Natura.
Uma comissão presidida pela Agência Portuguesa do Ambiente foi criada para acompanhar o processo de revisão, que deverá estar concluída no primeiro semestre de 2015.
A autarquia está a recolher contributos e propostas dos residentes, no âmbito da discussão pública do plano estratégico.
FYC // ROC
Lusa/Fim”
Nota à Margem: Os políticos na má acepção da palavra), ou os que se comportam como tal, deveriam ter memória. Ou pelo menos deveriam ter pudor. O actual PDM que o PCP critica agora de forma veemente, foi cozinhado pela coligação PSD/PCP em 1994/1995, a troco de um lugar de vereador para com pelouros no executivo camarário e do lugar de Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Municipal nesse mandato.
A aprovação do ainda em vigor PDM de Peniche, foi aprovado à pressa por essa coligação nefanda, por força de uma artimanha legal (um ponto de ordem à mesa), proposta por um membro da AM do PCP, que obrigou à passagem à votação desse documento, quando ainda não estavam esgrimidos todas as questões colocadas com diversas oposições a algumas utilizações indevidas do território concelhio, em favor do cimento armado e dos seus promotores, quer os proprietários dos terrenos onde posteriormente se viria a edificar, quer os restantes agentes imobiliários.
É pena que as comadres se tenham zangado agora. Mas falta referir que o nado-morto que é o actual PDM foi parido com a conivência do PSD (putativo pai) e do PCP (putativa mãe).
Leiam as actas da altura que são bem elucidativas desse acto de amor dúbio que envolveu essas 2 forças políticas locais.
Quanto a documentos de estratégia de desenvolvimento para o concelho, já foram elaborados pelo menos 3 desde essa altura, que consumiram milhares de euros ao município. Vão-se gastar mais uns quantos milhares sem proveito. O que hoje vale, daqui a 5 anos será obsoleto e estúpido como apelida agora o actual executivo, o que foi feito na altura.
Faz-se porque se tem que fazer e introduzem-se ideias peregrinas para colorir uma mensagem que toda a gente sabe de antemão que não será para cumprir.
A não ser, que se entre em conversações com a Drª Maria de Cavaco Silva, para que ela interceda por um milagre junto da virgem. Mas vai ser engraçado ver o PCP sem maioria absoluta na Assembleia Municipal aprovar um PDM que não carece de negociações. A mim cheira-me que desta vez o cliente que prestará o servicinho será o PS. Coisas de bruxaria.
“INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA E TURISMO SÃO PRIORIDADES NA REVISÃO DO PDM DE PENICHE
Torres Vedras, Portugal 16/05/2013 13:35 (LUSA)
Temas: Ambiente, Autoridades locais, habitação e urbanismo, Desporto, Surf
Peniche, 16 mai (Lusa) - A Câmara de Peniche revelou hoje que está a rever o Plano Diretor Municipal (PDM) para responder aos desafios de desenvolvimento, como o turismo à procura de ondas e a investigação científica nas atividades ligadas ao mar.
O presidente da câmara, António José Correia (CDU), disse à agência Lusa que o atual PDM, datado de 1995, "está completamente obsoleto enquanto documento estratégico, impondo-se uma revisão adequada à realidade atual e aos cenários futuros de desenvolvimento do concelho".
O autarca explicou que a equipa técnica de revisão do documento vai ter em conta o novo turista que começou a surgir em Peniche não só na época balnear, mas ao longo do ano na procura de ondas para a prática de desportos de deslize e de ondas, nomeadamente o surf, desde que o concelho recebe desde 2010 a etapa do campeonato mundial da modalidade.
Os novos fluxos de visitantes, também ligados ao turismo náutico, às atividades marítimo-turísticas e ao mergulho, "requerem um correto ordenamento com estratégias que sejam atrativas para atrair investimentos" nessas áreas.
António José Correia adiantou ainda que o novo PDM deve também ter em conta a investigação dos recursos marinhos, cujo centro de investigação da Escola Superior de Tecnologia do Mar de Peniche está em construção na cidade, mas também o porto de pesca e a indústria transformadora de pescado.
Para potenciar essas áreas e contribuir para o investimento tecnológico, o autarca exemplificou que podem vir a ser criados parques empresariais e mecanismos que facilitem o licenciamento desses investimentos.
No novo modelo de desenvolvimento para o concelho, o município pretende atrair pessoas aos núcleos urbanos já existentes e apostar na reabilitação urbana, sem criar novas zonas habitacionais.
Para valorizar as atividades económicas, é intenção criar no PDM zonas do território com potencial agrícola, zonas para a instalação de projetos de investigação e zonas "ambientalmente sensíveis" ou zonas de risco para não se destruir recursos naturais.
O documento vai também ter em conta as potencialidades das energias renováveis, a preservação dos cordões dunares e das arribas da orla costeira e os circuitos pedonais da Rede Natura.
Uma comissão presidida pela Agência Portuguesa do Ambiente foi criada para acompanhar o processo de revisão, que deverá estar concluída no primeiro semestre de 2015.
A autarquia está a recolher contributos e propostas dos residentes, no âmbito da discussão pública do plano estratégico.
FYC // ROC
Lusa/Fim”
Nota à Margem: Os políticos na má acepção da palavra), ou os que se comportam como tal, deveriam ter memória. Ou pelo menos deveriam ter pudor. O actual PDM que o PCP critica agora de forma veemente, foi cozinhado pela coligação PSD/PCP em 1994/1995, a troco de um lugar de vereador para com pelouros no executivo camarário e do lugar de Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Municipal nesse mandato.
A aprovação do ainda em vigor PDM de Peniche, foi aprovado à pressa por essa coligação nefanda, por força de uma artimanha legal (um ponto de ordem à mesa), proposta por um membro da AM do PCP, que obrigou à passagem à votação desse documento, quando ainda não estavam esgrimidos todas as questões colocadas com diversas oposições a algumas utilizações indevidas do território concelhio, em favor do cimento armado e dos seus promotores, quer os proprietários dos terrenos onde posteriormente se viria a edificar, quer os restantes agentes imobiliários.
É pena que as comadres se tenham zangado agora. Mas falta referir que o nado-morto que é o actual PDM foi parido com a conivência do PSD (putativo pai) e do PCP (putativa mãe).
Leiam as actas da altura que são bem elucidativas desse acto de amor dúbio que envolveu essas 2 forças políticas locais.
Quanto a documentos de estratégia de desenvolvimento para o concelho, já foram elaborados pelo menos 3 desde essa altura, que consumiram milhares de euros ao município. Vão-se gastar mais uns quantos milhares sem proveito. O que hoje vale, daqui a 5 anos será obsoleto e estúpido como apelida agora o actual executivo, o que foi feito na altura.
Faz-se porque se tem que fazer e introduzem-se ideias peregrinas para colorir uma mensagem que toda a gente sabe de antemão que não será para cumprir.
A não ser, que se entre em conversações com a Drª Maria de Cavaco Silva, para que ela interceda por um milagre junto da virgem. Mas vai ser engraçado ver o PCP sem maioria absoluta na Assembleia Municipal aprovar um PDM que não carece de negociações. A mim cheira-me que desta vez o cliente que prestará o servicinho será o PS. Coisas de bruxaria.
quinta-feira, maio 16, 2013
O CAIR DO PANO
Para quem já participou num espectáculo a expressão que dá mote a este blog de hoje, representa a descarga de toda a emotividade que durante algum tempo dominou o dia-a-dia. Os resultados podem ser os que se pretendiam atingir, serem profundamente grosseiros, terem ou não excedido as expectativas, ou serem simplesmente medíocres.
Assim é o momento de cair do pano, quando um governo se demite ou é demitido, quando um presidente é eleito ou termina um mandato, quando se morre seja em que circunstâncias forem, quando termina um jogo. O último minuto pode ser determinante. Pode ser a fronteira entre o êxito e a desolação total.
Falo do que vocês pensam que falo e falo também de outras coisas que só me recordo delas, porque o que me pesa no dia de hoje, não me permite pensar em esperança e alegrias. Tudo o que ficou para trás ficou comprometido.
O 2º é o primeiro dos últimos. O derrotado não gravará o seu nome na história.
Para quem já participou num espectáculo a expressão que dá mote a este blog de hoje, representa a descarga de toda a emotividade que durante algum tempo dominou o dia-a-dia. Os resultados podem ser os que se pretendiam atingir, serem profundamente grosseiros, terem ou não excedido as expectativas, ou serem simplesmente medíocres.
Assim é o momento de cair do pano, quando um governo se demite ou é demitido, quando um presidente é eleito ou termina um mandato, quando se morre seja em que circunstâncias forem, quando termina um jogo. O último minuto pode ser determinante. Pode ser a fronteira entre o êxito e a desolação total.
Falo do que vocês pensam que falo e falo também de outras coisas que só me recordo delas, porque o que me pesa no dia de hoje, não me permite pensar em esperança e alegrias. Tudo o que ficou para trás ficou comprometido.
O 2º é o primeiro dos últimos. O derrotado não gravará o seu nome na história.
quarta-feira, maio 15, 2013
OU ENLOUQUECI, OU ESTOU BURRO DE TUDO, OU SOU PARVO, OU JÁ MORRI E O QUE ESTOU A SENTIR SÃO AS PENAS DO INFERNO POR TER SIDO TÃO HORRÍVEL TODA A VIDA
O Presidente da República de Portugal, o Presidente de todos (?) os portugueses dá-se ao desfrute de afirmar que o encerramento da 7ª avaliação da Troika foi uma inspiração de Nª Srª de Fátima. Foi o espírito do 13 Maio que inspirou os autores de tal “façanha”.
Com esta tirada, o Sr. António, cortou relações com todos os que não são católicos. Com todos os católicos que põem em causa as aparições de Fátima. Corta relações com todos os que professam outras religiões de inspiração não cristã. Corta com os agnósticos. Com os ateus. Ele, assume as visões da Srª d. maria, sua ilustre esposa, como suas e di-lo aos portugueses.
Que a Escola Secundária de Peniche o faça, impondo o culto da religião católica nos espaços públicos de todos os alunos fazendo com que uma parte deles se sinta segregada, não me admira. Trata-se de uma “escolinha” de província, sem importância alguma. Ser tendenciosa é um assunto que lhes diz respeito, embora ponham com isso em causa os valores da República e da Constituição. Que aqueles a quem cumpre a defesa da escola pública assumam o assunto.
Agora que o Presidente da República de Portugal no seu afã de defender o “seu” governo, venha com uma “boca” destas, isso torna-se insuportável. Para quê? Para que os católicos reformados e pensionistas, aceitem o pesadelo que sobre eles se irá abater? Para que os portugueses desempregados e com fome aceitam como penitência de Nª Srª as provações que sentem? Para que os velhos doentes e em situação de degradação física, sem que possam adquirir medicamentos que aliviem a sua dor, suportem o seu sofrimento em nome de uma eventual pena pelos seus pecados?
Nª Srª de Fátima não estava nos seus melhores dias quando inspirou os canalhas que encerraram a 7ª avaliação da Troika a Portugal. E o Sr. António melhor faria em estar calado definitivamente.
O Presidente da República de Portugal, o Presidente de todos (?) os portugueses dá-se ao desfrute de afirmar que o encerramento da 7ª avaliação da Troika foi uma inspiração de Nª Srª de Fátima. Foi o espírito do 13 Maio que inspirou os autores de tal “façanha”.
Com esta tirada, o Sr. António, cortou relações com todos os que não são católicos. Com todos os católicos que põem em causa as aparições de Fátima. Corta relações com todos os que professam outras religiões de inspiração não cristã. Corta com os agnósticos. Com os ateus. Ele, assume as visões da Srª d. maria, sua ilustre esposa, como suas e di-lo aos portugueses.
Que a Escola Secundária de Peniche o faça, impondo o culto da religião católica nos espaços públicos de todos os alunos fazendo com que uma parte deles se sinta segregada, não me admira. Trata-se de uma “escolinha” de província, sem importância alguma. Ser tendenciosa é um assunto que lhes diz respeito, embora ponham com isso em causa os valores da República e da Constituição. Que aqueles a quem cumpre a defesa da escola pública assumam o assunto.
Agora que o Presidente da República de Portugal no seu afã de defender o “seu” governo, venha com uma “boca” destas, isso torna-se insuportável. Para quê? Para que os católicos reformados e pensionistas, aceitem o pesadelo que sobre eles se irá abater? Para que os portugueses desempregados e com fome aceitam como penitência de Nª Srª as provações que sentem? Para que os velhos doentes e em situação de degradação física, sem que possam adquirir medicamentos que aliviem a sua dor, suportem o seu sofrimento em nome de uma eventual pena pelos seus pecados?
Nª Srª de Fátima não estava nos seus melhores dias quando inspirou os canalhas que encerraram a 7ª avaliação da Troika a Portugal. E o Sr. António melhor faria em estar calado definitivamente.
terça-feira, maio 14, 2013
EU SOU DO TEMPO…
Voltei ao baú do meu avô. Sempre que lá volto sou surpreendido.
Tenho acompanhado muito à distância a eventual privatização dos CTTs. Recordo também uma crónica de Luís Osório numa revista de um semanário, em que ele se referia ao Centro Comercial em que se tornaram e estações de correio com a venda de produtos alguns deles bem estranhos, como seja um livro de citações de Salazar.
Enfim os tempos que temos são estes e nós como povo, temos a tempestade que semeámos. Em 1974/1975 temíamos os comunistas. Depois agarrámos no socialismo e “toca” de o fechar numa gaveta. Agora vivemos o ultraliberalismo, que ceifa as pessoas como ervas daninhas permitindo que só medrem os que por razões espúrias, atingem momentaneamente o acesso aos diversos poderes.
Hoje vivemos o momento exacto, sendo que o minuto seguinte surge sem qualquer sustentabilidade afirmada no que aprendemos ou fixámos no minuto anterior.
È o tempo do viver global. Da Internet. Dos chats. Das formas de comunicação virais. Em que cada um perde a sua identidade para poder somar “gosto” ao seu currículo. As cartas perderam-se. A escrita desapareceu como forma de partilha entre os amigos. Hoje ninguém pede a direcção de ninguém. Pede-se o número de telemóvel e o contacto no limite é por sms. O exercício da escrita com o grau de responsabilização que lhe é conferido tornou-se completamente obsoleto.
Voltando ao baú do meu avô, fui lá encontrar exemplares de telegramas (os sms dos anos 20 a 60 do século passado) que no caso concreto eram autênticos trabalhos de arte para uma comunicação mais personalizada. Existiam muitos para os períodos festivos, mas também existiam alguns possíveis de serem utilizados em qualquer altura. Estes exemplares são de 1930. Deixo-vos com carinho sendo uma memória de que já muito poucos recordam.
Voltei ao baú do meu avô. Sempre que lá volto sou surpreendido.
Tenho acompanhado muito à distância a eventual privatização dos CTTs. Recordo também uma crónica de Luís Osório numa revista de um semanário, em que ele se referia ao Centro Comercial em que se tornaram e estações de correio com a venda de produtos alguns deles bem estranhos, como seja um livro de citações de Salazar.
Enfim os tempos que temos são estes e nós como povo, temos a tempestade que semeámos. Em 1974/1975 temíamos os comunistas. Depois agarrámos no socialismo e “toca” de o fechar numa gaveta. Agora vivemos o ultraliberalismo, que ceifa as pessoas como ervas daninhas permitindo que só medrem os que por razões espúrias, atingem momentaneamente o acesso aos diversos poderes.
Hoje vivemos o momento exacto, sendo que o minuto seguinte surge sem qualquer sustentabilidade afirmada no que aprendemos ou fixámos no minuto anterior.
È o tempo do viver global. Da Internet. Dos chats. Das formas de comunicação virais. Em que cada um perde a sua identidade para poder somar “gosto” ao seu currículo. As cartas perderam-se. A escrita desapareceu como forma de partilha entre os amigos. Hoje ninguém pede a direcção de ninguém. Pede-se o número de telemóvel e o contacto no limite é por sms. O exercício da escrita com o grau de responsabilização que lhe é conferido tornou-se completamente obsoleto.
Voltando ao baú do meu avô, fui lá encontrar exemplares de telegramas (os sms dos anos 20 a 60 do século passado) que no caso concreto eram autênticos trabalhos de arte para uma comunicação mais personalizada. Existiam muitos para os períodos festivos, mas também existiam alguns possíveis de serem utilizados em qualquer altura. Estes exemplares são de 1930. Deixo-vos com carinho sendo uma memória de que já muito poucos recordam.
domingo, maio 12, 2013
sexta-feira, maio 10, 2013
10 DE MAIO
Perfazem hoje 100 anos sobre o nascimento de um dos maiores actores da cena portuguesa - João Vilarett.
Nos idos de 60 do século passado, aquando desta data, o cinema de S. Jorge organizava um espectáculo de manhã a que eu sempre assistia. Vilarett já tinha morrido. As luzes da sala apagavam-se e ficava um foco que incidia sobre um micro que estava à boca de cena e no pano corrido.
A voz do "dizeur" enchia então a sala e nós os espectadores ouviamos num silêncio sepulcral os poemas tal como ficaram gravados para todo o sempre. No fim, todos nos levantávamos e aplaudíamos a VOZ que nos tinha transportado para só onde o espírito pode estar.
Era o tempo do "fascismo"(?). Eu hoje preciso de reviver João Vilarett e escolhi 2 poemas que cabem no tempo que passa.
Que a sua voz e a sua memória vos acalente neste tempo doloroso em que todos vivemos.
http://www.youtube.com/watch?v=qmYDmOv38zA&list=PL40D0FEAA1AE52E86
Perfazem hoje 100 anos sobre o nascimento de um dos maiores actores da cena portuguesa - João Vilarett.
Nos idos de 60 do século passado, aquando desta data, o cinema de S. Jorge organizava um espectáculo de manhã a que eu sempre assistia. Vilarett já tinha morrido. As luzes da sala apagavam-se e ficava um foco que incidia sobre um micro que estava à boca de cena e no pano corrido.
A voz do "dizeur" enchia então a sala e nós os espectadores ouviamos num silêncio sepulcral os poemas tal como ficaram gravados para todo o sempre. No fim, todos nos levantávamos e aplaudíamos a VOZ que nos tinha transportado para só onde o espírito pode estar.
Era o tempo do "fascismo"(?). Eu hoje preciso de reviver João Vilarett e escolhi 2 poemas que cabem no tempo que passa.
Que a sua voz e a sua memória vos acalente neste tempo doloroso em que todos vivemos.
http://www.youtube.com/watch?v=qmYDmOv38zA&list=PL40D0FEAA1AE52E86
quinta-feira, maio 09, 2013
COMO SE APRENDE A ODIAR
"Que vem a ser um homem revoltado? Um homem que diz – não. Mas, se ele recusa, não renuncia: é também um homem que diz sim, a partir do seu primeiro movimento. Um escravo que toda a sua vida recebeu ordens considera subitamente inaceitável uma nova ordem. Quel é o conteúdo desse «não»?
Significa, por exemplo, «as coisas já duraram em demasia», «até aqui, sim; daqui em diante não»; «estão a ir demasiado longe»; «há um limite que não poderão ultrapassar»."
Albert Camus in “O Homem Revoltado”
Tenho vindo a desenvolver dentro de mim um raciocínio de ódio com o que se está a passar no meu país que me assusta. Estarei eu a tornar-me um homem de ódio? Ao ouvir ontem mais um dos “canalhas” que fazem parte do actual governo dei por mim a imaginar-me sentado à mesa a falar com um tal de Rosalino e ao ouvi-lo dizer que me iam aplicar impostos retroactivamente, eu puxar duma pistola e dar um tiro na cabeça daquele desgraçado de merda. Eu que acredito no diálogo percebi que cheguei ao termo daquilo que é suportável.
Existem princípios que aprendi na minha vida e que transmiti àqueles com quem trabalhei. Um deles é que não se pode castigar 2 vezes a mesma pessoa pelo mesmo crime. Outro é que ninguém pode ser espoliado com retroactividade pelos valores que lhe foram atribuídos quando fez um determinado contracto. Outro princípio que eu julgava válido era o de que o Estado era uma pessoa de bem.
Estes miseráveis têm conseguido derrubar todos os valores em que fomos educados. E dizem-no com uma impunidade inacreditável. Resta a revolta. Ou o terrorismo. Ou o crime. Chamem-lhe o que quiserem, para fazer parar esta canalhada.
Sempre paguei os meus impostos. Sempre descontei o que me disseram para descontar. Nunca tive dois empregos. Nunca vivi à custa do Estado. Trabalhei e fui pago pelo meu trabalho. Não fui eu que gastei mais do que o que tinha. Foi o Estado que gastou acima das suas possibilidades. Por incompetência de muita gente. Que sejam esses os penalizados. Ou passarei a acreditar que só existe uma forma de resolver esta ladroagem que nos assalta. Pegar em armas.
"Que vem a ser um homem revoltado? Um homem que diz – não. Mas, se ele recusa, não renuncia: é também um homem que diz sim, a partir do seu primeiro movimento. Um escravo que toda a sua vida recebeu ordens considera subitamente inaceitável uma nova ordem. Quel é o conteúdo desse «não»?
Significa, por exemplo, «as coisas já duraram em demasia», «até aqui, sim; daqui em diante não»; «estão a ir demasiado longe»; «há um limite que não poderão ultrapassar»."
Albert Camus in “O Homem Revoltado”
Tenho vindo a desenvolver dentro de mim um raciocínio de ódio com o que se está a passar no meu país que me assusta. Estarei eu a tornar-me um homem de ódio? Ao ouvir ontem mais um dos “canalhas” que fazem parte do actual governo dei por mim a imaginar-me sentado à mesa a falar com um tal de Rosalino e ao ouvi-lo dizer que me iam aplicar impostos retroactivamente, eu puxar duma pistola e dar um tiro na cabeça daquele desgraçado de merda. Eu que acredito no diálogo percebi que cheguei ao termo daquilo que é suportável.
Existem princípios que aprendi na minha vida e que transmiti àqueles com quem trabalhei. Um deles é que não se pode castigar 2 vezes a mesma pessoa pelo mesmo crime. Outro é que ninguém pode ser espoliado com retroactividade pelos valores que lhe foram atribuídos quando fez um determinado contracto. Outro princípio que eu julgava válido era o de que o Estado era uma pessoa de bem.
Estes miseráveis têm conseguido derrubar todos os valores em que fomos educados. E dizem-no com uma impunidade inacreditável. Resta a revolta. Ou o terrorismo. Ou o crime. Chamem-lhe o que quiserem, para fazer parar esta canalhada.
Sempre paguei os meus impostos. Sempre descontei o que me disseram para descontar. Nunca tive dois empregos. Nunca vivi à custa do Estado. Trabalhei e fui pago pelo meu trabalho. Não fui eu que gastei mais do que o que tinha. Foi o Estado que gastou acima das suas possibilidades. Por incompetência de muita gente. Que sejam esses os penalizados. Ou passarei a acreditar que só existe uma forma de resolver esta ladroagem que nos assalta. Pegar em armas.
quarta-feira, maio 08, 2013
PERTURBADOR
Mateus 8:1-4
1 Quando ele desceu do monte, grandes multidões o seguiram.
2 Um leproso, aproximando-se, adorou-o de joelhos e disse: "Senhor, se quiseres, podes purificar-me!"
3 Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: "Quero. Seja purificado!" Imediatamente ele foi purificado da lepra.
4 Em seguida Jesus lhe disse: "Olhe, não conte isso a ninguém. Mas vá mostrar-se ao sacerdote e apresente a oferta que Moisés ordenou, para que sirva de testemunho".
Tenho para mim que o fundamento desta parábola está antes que tudo na ideia de que na época que relata, o maior anátema que podia cair sobre um ser humano era ser leproso. A lepra estava para aquela época como a SIDA e a droga estavam para o tempo que vivemos. Estes pensamentos perturbadores têm a ver com uma conversa que ouvi ontem entre 2 pessoas “muito católicas” que conversavam sobre a morte de um homem cigano cujo corpo se encontrava na casa mortuária da Igreja de Nª Srª da Conceição. Uma delas afirmava mesmo que quando viu os ciganos sentados à porta da Igreja tinha dado a volta por outro lado para não passar junto deles.
Ao ouvir isto, veio-me esta parábola à mente e as palavras do actual Papa Francisco sobre qual deve ser a actitude do cristão no mundo de hoje, fundamentalmente no que respeita à sua relação com os mais hosyilizados e sobre a visão que o cristão deve dar sobre si mesmo perante os outros.
Os ciganos, os romenos e os drogados são os nossos leprosos de hoje.
È lastimável que tão pouca atenção se preste ao que é importante e ocorre à nossa volta e só nos sintamos motivados para cantorolar as orações como quando éramos pequeninos e diziamos a tabuada de cor, ou então, nos fiquemos pela caridadezinha para podermos fazer figura.
Mateus 8:1-4
1 Quando ele desceu do monte, grandes multidões o seguiram.
2 Um leproso, aproximando-se, adorou-o de joelhos e disse: "Senhor, se quiseres, podes purificar-me!"
3 Jesus estendeu a mão, tocou nele e disse: "Quero. Seja purificado!" Imediatamente ele foi purificado da lepra.
4 Em seguida Jesus lhe disse: "Olhe, não conte isso a ninguém. Mas vá mostrar-se ao sacerdote e apresente a oferta que Moisés ordenou, para que sirva de testemunho".
Tenho para mim que o fundamento desta parábola está antes que tudo na ideia de que na época que relata, o maior anátema que podia cair sobre um ser humano era ser leproso. A lepra estava para aquela época como a SIDA e a droga estavam para o tempo que vivemos. Estes pensamentos perturbadores têm a ver com uma conversa que ouvi ontem entre 2 pessoas “muito católicas” que conversavam sobre a morte de um homem cigano cujo corpo se encontrava na casa mortuária da Igreja de Nª Srª da Conceição. Uma delas afirmava mesmo que quando viu os ciganos sentados à porta da Igreja tinha dado a volta por outro lado para não passar junto deles.
Ao ouvir isto, veio-me esta parábola à mente e as palavras do actual Papa Francisco sobre qual deve ser a actitude do cristão no mundo de hoje, fundamentalmente no que respeita à sua relação com os mais hosyilizados e sobre a visão que o cristão deve dar sobre si mesmo perante os outros.
Os ciganos, os romenos e os drogados são os nossos leprosos de hoje.
È lastimável que tão pouca atenção se preste ao que é importante e ocorre à nossa volta e só nos sintamos motivados para cantorolar as orações como quando éramos pequeninos e diziamos a tabuada de cor, ou então, nos fiquemos pela caridadezinha para podermos fazer figura.
terça-feira, maio 07, 2013
EXAMES DA 4ª CLASSE
Que sensação estranha é esta que sinto hoje de que estamos a passos largos a recuar para um tempo que eu julgava morto e incinerado e com as cinzas espalhadas ao vento?
Quem é este Crato e o que é que o convenceu que era um pedagogo? Será que voltaremos ao tempo da admissão ao 1º ciclo e assim sucessivamente?
Onde estão os professores que fizeram as maiores manifestações dos últimos anos, quando se considerou que os professores teriam de ser avaliados? Até hoje ainda não ouvi um professor nas TVs, ou um representante dos EES afirmar ser favorável a este golpe de teatro. A este regresso a um ensino bafiento e salazarento. Ainda por cima põem crianças de 9 anos a assinar termos de responsabilidade? E não há uma grande prova de força a nível nacional para impedir este acto de violência mental contra crianças indefesas. Onde está o Procurador da República? Onde estão as Comissões de Protecção de Menores? Quem move uma acção contra o Ministro da Educação por permitir uma barbaridade destas?
Mas os professores não são indignam. Estão calados. E não se indignam porque ao que me dizem têm medo. Um medo atávico de não serem colocados. De perderem o emprego.
Curioso. Quando era a avaliação deles até reformados eu vi a engrossarem as manifestações. Quando se trata da avaliação dos meninos e meninas deste país, eles que se lixem. Os pais que cuidem deles. Continuo incapaz de compreender a classe docente à qual pertenci. Eu achava e aprendi com grandes mestres que era um grupo de homens e mulheres que lutavam por valores. Por serem solidários. Por serem os primeiros na luta por causas e não pelos seus interesses pessoais.
Já não conheço nada.
Hoje uma jornalista estagiária da TVI, de quem esta estação de televisão se serve e depois descarta, afirmava para uma menina que se sentia perdida numa escola que não era a sua: “- Agora é que é a sério!”
Que pena a criancinha não ter a capacidade cognitiva para lhe dizer que a licenciatura em jornalismo daquela anedota com um microfone nas mãos, tinha sido feita a brincar.
Que sensação estranha é esta que sinto hoje de que estamos a passos largos a recuar para um tempo que eu julgava morto e incinerado e com as cinzas espalhadas ao vento?
Quem é este Crato e o que é que o convenceu que era um pedagogo? Será que voltaremos ao tempo da admissão ao 1º ciclo e assim sucessivamente?
Onde estão os professores que fizeram as maiores manifestações dos últimos anos, quando se considerou que os professores teriam de ser avaliados? Até hoje ainda não ouvi um professor nas TVs, ou um representante dos EES afirmar ser favorável a este golpe de teatro. A este regresso a um ensino bafiento e salazarento. Ainda por cima põem crianças de 9 anos a assinar termos de responsabilidade? E não há uma grande prova de força a nível nacional para impedir este acto de violência mental contra crianças indefesas. Onde está o Procurador da República? Onde estão as Comissões de Protecção de Menores? Quem move uma acção contra o Ministro da Educação por permitir uma barbaridade destas?
Mas os professores não são indignam. Estão calados. E não se indignam porque ao que me dizem têm medo. Um medo atávico de não serem colocados. De perderem o emprego.
Curioso. Quando era a avaliação deles até reformados eu vi a engrossarem as manifestações. Quando se trata da avaliação dos meninos e meninas deste país, eles que se lixem. Os pais que cuidem deles. Continuo incapaz de compreender a classe docente à qual pertenci. Eu achava e aprendi com grandes mestres que era um grupo de homens e mulheres que lutavam por valores. Por serem solidários. Por serem os primeiros na luta por causas e não pelos seus interesses pessoais.
Já não conheço nada.
Hoje uma jornalista estagiária da TVI, de quem esta estação de televisão se serve e depois descarta, afirmava para uma menina que se sentia perdida numa escola que não era a sua: “- Agora é que é a sério!”
Que pena a criancinha não ter a capacidade cognitiva para lhe dizer que a licenciatura em jornalismo daquela anedota com um microfone nas mãos, tinha sido feita a brincar.
segunda-feira, maio 06, 2013
PRÉ-CAMPANHA ELEITORAL AUTÁRQUICA
Entrámos num período interessante da vida das populações. Vamos ouvir, ver e ler inúmeras promessas, auto-elogios e acusações entre os diferentes partidos que entram nesta corrida.
Uns bajulam-se com o que fizeram no tempo das vacas gordas. Outros sobre os analgésicos com que contribuíram para entorpecerem a miséria com que se debatem as populações no tempo das vacas magras. Outros ainda vagueiam entorpecidos entre o torpor que espalharam e a vontade com que pretendem sugar ainda mais o sangue da manada.
Se dou a entender que este é o tempo dos vampiros é porque é isso mesmo que quero dizer.
Por mim já decidi. Vou comprar uma trança de alhos. Um crucifixo. E só saio durante o dia.
Vou evitar os ajuntamentos. E onde existir alguma coisas que me cheire a filiação partidária ou a tentativa pseudo-independente de atingir o poder local, fugirei como o diabo da cruz.
Os jornais locais serão interditos para quem pretenda salvaguardar as suas reservas de sanidade mental. Não ir ao mercado aos sábados, nem às feiras mensais. As festas organizadas pelos executivos municipais são locais a evitar. Onde se virem máquinas da câmara será melhor desviar caminho.
Terminadas as eleições autárquicas poderemos recomeçar a nossa “santa vidinha” seja quem for que as ganhe. Eu por mim só tenho uma certeza: - No concelho de Peniche, a fazer fé no que já foi anunciado, todos iremos perder.
Entrámos num período interessante da vida das populações. Vamos ouvir, ver e ler inúmeras promessas, auto-elogios e acusações entre os diferentes partidos que entram nesta corrida.
Uns bajulam-se com o que fizeram no tempo das vacas gordas. Outros sobre os analgésicos com que contribuíram para entorpecerem a miséria com que se debatem as populações no tempo das vacas magras. Outros ainda vagueiam entorpecidos entre o torpor que espalharam e a vontade com que pretendem sugar ainda mais o sangue da manada.
Se dou a entender que este é o tempo dos vampiros é porque é isso mesmo que quero dizer.
Por mim já decidi. Vou comprar uma trança de alhos. Um crucifixo. E só saio durante o dia.
Vou evitar os ajuntamentos. E onde existir alguma coisas que me cheire a filiação partidária ou a tentativa pseudo-independente de atingir o poder local, fugirei como o diabo da cruz.
Os jornais locais serão interditos para quem pretenda salvaguardar as suas reservas de sanidade mental. Não ir ao mercado aos sábados, nem às feiras mensais. As festas organizadas pelos executivos municipais são locais a evitar. Onde se virem máquinas da câmara será melhor desviar caminho.
Terminadas as eleições autárquicas poderemos recomeçar a nossa “santa vidinha” seja quem for que as ganhe. Eu por mim só tenho uma certeza: - No concelho de Peniche, a fazer fé no que já foi anunciado, todos iremos perder.
sábado, maio 04, 2013
sexta-feira, maio 03, 2013
O BUCOLISMO NA CIDADE DE PENICHE
Recordam-se de Barnadim Ribeiro?
"À sombra dos arvoredos
o teu gado apascentavas;
e se os ventos eram quedos
mil vilancetes cantavas
conformes os teus segredos.
Então teu gado engordava,
tinhas pasto todo o ano.
Todo pastor confessava
sêres tu o mais ufano
que então nas serras andava."
Assim se tornaram as ruas da nossa cidade, preparando-se para o Verão que nos traz os turistas que irão entrar em encantos pelos bens que a Natureza lhes guarda numa terra à beira-mar.
A campanha eleitoral para as autárquicas representa momentos idílicos que podemos viver se nos deixarmos vaguear nas ruas da nossa cidade.
Bem hajam os que nos trazem paz de espírito.
Recordam-se de Barnadim Ribeiro?
"À sombra dos arvoredos
o teu gado apascentavas;
e se os ventos eram quedos
mil vilancetes cantavas
conformes os teus segredos.
Então teu gado engordava,
tinhas pasto todo o ano.
Todo pastor confessava
sêres tu o mais ufano
que então nas serras andava."
Assim se tornaram as ruas da nossa cidade, preparando-se para o Verão que nos traz os turistas que irão entrar em encantos pelos bens que a Natureza lhes guarda numa terra à beira-mar.
A campanha eleitoral para as autárquicas representa momentos idílicos que podemos viver se nos deixarmos vaguear nas ruas da nossa cidade.
Bem hajam os que nos trazem paz de espírito.
quinta-feira, maio 02, 2013
IGNORÂNCIA PURA E DURA
Que eu cometa as minhas gafes é perdoável. Limito-me a ser um cidadão comum. Tenho algumas ideias com quem muita gente não concorda, mas tenho aproveitado os saberes com que me vou cruzando para poder compreender melhor as situações com que me vou deparando.
Gosto de música e sou muito eclético nos meus gostos. Mas prefiro ouvir música do que falar dela. Gosto ou não gosto. E se é verdade que sempre que estou aqui a escrever ouço música, o som ambiente que procuro pode ir dos clássicos ao fado, ao rock ou ao country. Enfim tenho os meus dias. Mas nunca ouvi os “concertos para violino de Chopin” como Pedro Santana Lopes.
Para ler a “Montanha Mágica” e “A Morte em Veneza” vou aos meus livros e saco da prateleira Thomas Mann, não correndo o risco do tio Cavaco Silva de poder abominar o que encontra em Thomas More. Ah, e na minha escola os Lusíadas tinham 10 cantos, sendo que o 9º era o mais lido pela rapaziada do meu tempo.
Mas a esperança deste país não reside em mim e eu não corro o risco de o representar de forma indevida. Dizem agora que cerca de 2300 licenciados em direito concorreram à carreira diplomática. Dizem-me ainda que na prova de cultura geral só passaram 44 candidatos. Entre outras questões a que não souberam responder estaria a de qual foi o rei português que travou a Batalha do Salado, que poeta escreveu uns versos onde se pode ler, “Eu quero amar, amar perdidamente…”
Isto é, se um diplomata pode desconhecer aspectos de cultura geral que fazem parte da História deste país, porque não podemos ter um primeiro ministro ignorante em música ou um Presidente da República pouco dado a literaturices?
Este é o nosso país.
Que eu cometa as minhas gafes é perdoável. Limito-me a ser um cidadão comum. Tenho algumas ideias com quem muita gente não concorda, mas tenho aproveitado os saberes com que me vou cruzando para poder compreender melhor as situações com que me vou deparando.
Gosto de música e sou muito eclético nos meus gostos. Mas prefiro ouvir música do que falar dela. Gosto ou não gosto. E se é verdade que sempre que estou aqui a escrever ouço música, o som ambiente que procuro pode ir dos clássicos ao fado, ao rock ou ao country. Enfim tenho os meus dias. Mas nunca ouvi os “concertos para violino de Chopin” como Pedro Santana Lopes.
Para ler a “Montanha Mágica” e “A Morte em Veneza” vou aos meus livros e saco da prateleira Thomas Mann, não correndo o risco do tio Cavaco Silva de poder abominar o que encontra em Thomas More. Ah, e na minha escola os Lusíadas tinham 10 cantos, sendo que o 9º era o mais lido pela rapaziada do meu tempo.
Mas a esperança deste país não reside em mim e eu não corro o risco de o representar de forma indevida. Dizem agora que cerca de 2300 licenciados em direito concorreram à carreira diplomática. Dizem-me ainda que na prova de cultura geral só passaram 44 candidatos. Entre outras questões a que não souberam responder estaria a de qual foi o rei português que travou a Batalha do Salado, que poeta escreveu uns versos onde se pode ler, “Eu quero amar, amar perdidamente…”
Isto é, se um diplomata pode desconhecer aspectos de cultura geral que fazem parte da História deste país, porque não podemos ter um primeiro ministro ignorante em música ou um Presidente da República pouco dado a literaturices?
Este é o nosso país.
segunda-feira, abril 29, 2013
DIAS ALUMIADOS
É comum nos dias que correm encontrarem-se anúncios em vários estabelecimentos a anunciar que se fazem trabalhos de costura. Eu e a minha mulher falámos sobre isto. Do tempo em que ela era menina e brincava com as amigas ao “aeroplano”, aos “batos” e um jogo acompanhado com uma cantilena de que ela ainda se lembra com uma bola contra a parede.
As raparigas da vila de Peniche estavam “condenadas” a serem empregadas de comércio, trabalharem nas fábricas de peixe, ou aprenderem a costura, para trabalharem nos alfaiates que proliferamvam por aqui, ou nas costureiras com nome feito. Uma ou outra arriscava a trabalhar por sua conta mas o período de mais trabalho era mesmo sazonal.
No Natal, no Ano Novo, na Festa de Nª Srª da Boa Viagem ou alguns anos ainda mais atrás, nos Círios. Depois havia um ou outro casamento que também era propício a comida melhorada e a roupa nova. Por serem dias de festa designavam-se antigamente por “DIAS ALUMIADOS”, tinha o facto de virem acompanhados de Festas Religiosas em que as velas se acendiam num sinal de Fé.
Tudo isto são recordações de um tempo que está a desaparecer. Comer galo ou galinha, perú ou outra ave qualquer deixou de ser sinónimo de festa. Aliás é ver quais os tipos hoje de carne mais barata. Como caíu também em desuso a matança de porco.
Estrear roupa deixou de ser sinal de festa. Com os ciganos, os chineses, a Cruz Vermelha e o Quim Zé, a roupa nova deixou de ser mobilizadora para agradecer a Deus a Graça dos dias. E também a Fé caíu em deseuso. Hoje impera a Caridade. Esta última é sinónimo de boa-vontade para com os “pobrezinhos” e serve para atenuar os nossos pecados.
Assim se esgotaram os dias alumiados, porque até nas igrejas existem cada vez menos velas e mais lâmpadas economizadoras de acordo com as normas da Comunidade Europeia.
É comum nos dias que correm encontrarem-se anúncios em vários estabelecimentos a anunciar que se fazem trabalhos de costura. Eu e a minha mulher falámos sobre isto. Do tempo em que ela era menina e brincava com as amigas ao “aeroplano”, aos “batos” e um jogo acompanhado com uma cantilena de que ela ainda se lembra com uma bola contra a parede.
As raparigas da vila de Peniche estavam “condenadas” a serem empregadas de comércio, trabalharem nas fábricas de peixe, ou aprenderem a costura, para trabalharem nos alfaiates que proliferamvam por aqui, ou nas costureiras com nome feito. Uma ou outra arriscava a trabalhar por sua conta mas o período de mais trabalho era mesmo sazonal.
No Natal, no Ano Novo, na Festa de Nª Srª da Boa Viagem ou alguns anos ainda mais atrás, nos Círios. Depois havia um ou outro casamento que também era propício a comida melhorada e a roupa nova. Por serem dias de festa designavam-se antigamente por “DIAS ALUMIADOS”, tinha o facto de virem acompanhados de Festas Religiosas em que as velas se acendiam num sinal de Fé.
Tudo isto são recordações de um tempo que está a desaparecer. Comer galo ou galinha, perú ou outra ave qualquer deixou de ser sinónimo de festa. Aliás é ver quais os tipos hoje de carne mais barata. Como caíu também em desuso a matança de porco.
Estrear roupa deixou de ser sinal de festa. Com os ciganos, os chineses, a Cruz Vermelha e o Quim Zé, a roupa nova deixou de ser mobilizadora para agradecer a Deus a Graça dos dias. E também a Fé caíu em deseuso. Hoje impera a Caridade. Esta última é sinónimo de boa-vontade para com os “pobrezinhos” e serve para atenuar os nossos pecados.
Assim se esgotaram os dias alumiados, porque até nas igrejas existem cada vez menos velas e mais lâmpadas economizadoras de acordo com as normas da Comunidade Europeia.
sexta-feira, abril 26, 2013
TRANSCRIÇÃO
Do "Diário de Notícias" transcrevo na íntegra e publico a crónica de Baptista-Bastos publicado no dia 24/04 pp.
Ontem ao ouvir o que aconteceu reforçou-se em mim a ideia preconcebida que tenho tido ao longo dos anos em relação ao sr. Silva. Aquela arena já representa muito pouco daquilo que BB fala. Resta-nos a esperança.
O dia do milagre perfeito
por BAPTISTA-BASTOS24 abril 2013
Olho para os rostos destes que nos têm governado e não reconheço neles qualquer semelhança com os nossos rostos comuns. Observem bem: abreviados, ausentes. As sombras que neles poisaram são repintadas de vigílias tétricas em que se arredaram o bater comovido do coração humano e o pulsar da mais escassa ternura. Como conseguem viver nesta miséria de fazer mal, de nos fazer mal? Têm-nos extorquido tudo e ainda querem mais, numa obscura vingança, cujo propósito decidido e inclemente é o de nos tornar infelizes.
Pobres sempre o fomos. O domínio de uma classe sobre as outras exige essa forma escabrosa de brutalidade. E sempre houve quem se prestasse ao papel de serventuário do poder. Mas leiamos a História e ela no-lo ensina a resistir e a combater. Vejam 1383, 1640, os Atoleiros, as Linhas de Torres, o 5 de Outubro, o 25 de Abril. "Salta da cama, Bastos; a revolução está na rua!" A Isaura beija-me: "Toma cuidado!" Andei por muitas, e ela demonstra, com serena apreensão, os receios que a assaltam. "Desta vez vou só escrever." Temos dois filhos, o terceiro nascerá em pleno festim da liberdade, atravesso a madrugada de Lisboa e as ruas já exprimem uma espécie de selvagem alegria. Foram despertas pela voz de Joaquim Furtado que, no Rádio Clube Português, avisa-as de que aí está "o dia inicial inteiro e limpo", por que esperávamos.
Chego ao jornal, o Diário Popular, claro!, e já lá estão o Corregedor, o Fernando Teixeira, o Abel, o Zé de Freitas, o Jacinto, o Magro, o Bernardino, o Zé Antunes. A tensão é muito grande, e o desassossego que se nos impõe torna os nervos numa teia reticular quase dolorosa. Olhamo-nos e vamos às nossas tarefas. Os telefones azucrinam, os telexes retinam, os gritos soltam-se. Correm as horas. Andamos, uns e eu, num vaivém entre o Carmo e o jornal. Até que a História retoma os seus direitos. "Zé", digo para o Zé de Freitas. "O fascismo caiu." As lágrimas corriam-nos. E ele: "Vamos lá ver, vamos lá ver." Céptico por muito ter visto e em excesso ter sonhado. Telefona-me, de Beja, o Manuel da Fonseca. "Vem para Lisboa! Caiu o fascismo!" Ele: "Eh pá! Eh pá! Eh pá!" Mais nada; não era preciso dizer mais nada. "Não te esqueças de mandar provas à Censura", avisa o Fernando Teixeira. E o Zé de Freitas: "Ó Fernando, nesta altura, a Censura já foi para a p... que a pariu!"
Onde é que eu estava no 25 de Abril? Onde devia estar: com os meus camaradas inesquecíveis, a ajudar a escrever um jornal exacto, infalível, jubiloso, exaltante e alvoroçado. Este número não foi visado pela Comissão de Censura.
Vocês, reverentes e autoritários, não têm nada disto, nem nada a ver com isto. Memórias de um dia que se não fazia noite, um dia elementar e tão claro e liso como um milagre perfeito.
Do "Diário de Notícias" transcrevo na íntegra e publico a crónica de Baptista-Bastos publicado no dia 24/04 pp.
Ontem ao ouvir o que aconteceu reforçou-se em mim a ideia preconcebida que tenho tido ao longo dos anos em relação ao sr. Silva. Aquela arena já representa muito pouco daquilo que BB fala. Resta-nos a esperança.
O dia do milagre perfeito
por BAPTISTA-BASTOS24 abril 2013
Olho para os rostos destes que nos têm governado e não reconheço neles qualquer semelhança com os nossos rostos comuns. Observem bem: abreviados, ausentes. As sombras que neles poisaram são repintadas de vigílias tétricas em que se arredaram o bater comovido do coração humano e o pulsar da mais escassa ternura. Como conseguem viver nesta miséria de fazer mal, de nos fazer mal? Têm-nos extorquido tudo e ainda querem mais, numa obscura vingança, cujo propósito decidido e inclemente é o de nos tornar infelizes.
Pobres sempre o fomos. O domínio de uma classe sobre as outras exige essa forma escabrosa de brutalidade. E sempre houve quem se prestasse ao papel de serventuário do poder. Mas leiamos a História e ela no-lo ensina a resistir e a combater. Vejam 1383, 1640, os Atoleiros, as Linhas de Torres, o 5 de Outubro, o 25 de Abril. "Salta da cama, Bastos; a revolução está na rua!" A Isaura beija-me: "Toma cuidado!" Andei por muitas, e ela demonstra, com serena apreensão, os receios que a assaltam. "Desta vez vou só escrever." Temos dois filhos, o terceiro nascerá em pleno festim da liberdade, atravesso a madrugada de Lisboa e as ruas já exprimem uma espécie de selvagem alegria. Foram despertas pela voz de Joaquim Furtado que, no Rádio Clube Português, avisa-as de que aí está "o dia inicial inteiro e limpo", por que esperávamos.
Chego ao jornal, o Diário Popular, claro!, e já lá estão o Corregedor, o Fernando Teixeira, o Abel, o Zé de Freitas, o Jacinto, o Magro, o Bernardino, o Zé Antunes. A tensão é muito grande, e o desassossego que se nos impõe torna os nervos numa teia reticular quase dolorosa. Olhamo-nos e vamos às nossas tarefas. Os telefones azucrinam, os telexes retinam, os gritos soltam-se. Correm as horas. Andamos, uns e eu, num vaivém entre o Carmo e o jornal. Até que a História retoma os seus direitos. "Zé", digo para o Zé de Freitas. "O fascismo caiu." As lágrimas corriam-nos. E ele: "Vamos lá ver, vamos lá ver." Céptico por muito ter visto e em excesso ter sonhado. Telefona-me, de Beja, o Manuel da Fonseca. "Vem para Lisboa! Caiu o fascismo!" Ele: "Eh pá! Eh pá! Eh pá!" Mais nada; não era preciso dizer mais nada. "Não te esqueças de mandar provas à Censura", avisa o Fernando Teixeira. E o Zé de Freitas: "Ó Fernando, nesta altura, a Censura já foi para a p... que a pariu!"
Onde é que eu estava no 25 de Abril? Onde devia estar: com os meus camaradas inesquecíveis, a ajudar a escrever um jornal exacto, infalível, jubiloso, exaltante e alvoroçado. Este número não foi visado pela Comissão de Censura.
Vocês, reverentes e autoritários, não têm nada disto, nem nada a ver com isto. Memórias de um dia que se não fazia noite, um dia elementar e tão claro e liso como um milagre perfeito.
quarta-feira, abril 24, 2013
E DEPOIS DO ADEUS
Dizem que amanhã é feriado. Dizem que amanhã se celebra um tal de 25 de Abril. Quem eu vejo comemorar essa coisa são os partidos do dito cujo arco do governo. Os outros falam de um ideal que não souberam preservar quando permitiram que o 5 de Outubro se tornasse mais um feriado sem sentido. Quando colaram o 1º de Dezembro ao ideal monárquico esquecendo que se tratou antes de tudo um acto de Restauração da Independência Nacional, de que hoje tão liberalmente abdicámos. Quando a deixámos que a crise de 1383/1385 passasse em claro fazendo tábua rasa da vontade popular que fez do Mestre de Aviz a bandeira de um Portugal que se deu ao mundo com a ínclita geração.
Celebram o poder que conseguiram alcançar em seu próprio benefício a 25 de Abril os que reduziram à fome a maioria do povo português. Os que fazem feriado dum dia de Junho em que fala dum poeta que ninguém lê, e se esquece de mencionar o único Nobel da Literatura só porque pensa de maneira diferente.
Eu não tenho razões para celebrar o 25 de Abril. O meu dia da Liberdade tem a ver com Paula rego e com Vieira da Silva. Não tem a ver com comemorações apalhaçadas na Assembleia da República, nem na Fortaleza de Peniche. São os que agora se lamentam os culpados do dia de amanhã ser só um feriado que acabará em breve. Ao omitirem uma parte da História de Portugal, tornaram os jovens pobres de ideias, e sem referências para o seu futuro.
Estou solidário com a Associação 25 de Abril e com o Dr. Mário Soares. Afinal o que se celebra amanhã? O luto de Portugal?
Dizem que amanhã é feriado. Dizem que amanhã se celebra um tal de 25 de Abril. Quem eu vejo comemorar essa coisa são os partidos do dito cujo arco do governo. Os outros falam de um ideal que não souberam preservar quando permitiram que o 5 de Outubro se tornasse mais um feriado sem sentido. Quando colaram o 1º de Dezembro ao ideal monárquico esquecendo que se tratou antes de tudo um acto de Restauração da Independência Nacional, de que hoje tão liberalmente abdicámos. Quando a deixámos que a crise de 1383/1385 passasse em claro fazendo tábua rasa da vontade popular que fez do Mestre de Aviz a bandeira de um Portugal que se deu ao mundo com a ínclita geração.
Celebram o poder que conseguiram alcançar em seu próprio benefício a 25 de Abril os que reduziram à fome a maioria do povo português. Os que fazem feriado dum dia de Junho em que fala dum poeta que ninguém lê, e se esquece de mencionar o único Nobel da Literatura só porque pensa de maneira diferente.
Eu não tenho razões para celebrar o 25 de Abril. O meu dia da Liberdade tem a ver com Paula rego e com Vieira da Silva. Não tem a ver com comemorações apalhaçadas na Assembleia da República, nem na Fortaleza de Peniche. São os que agora se lamentam os culpados do dia de amanhã ser só um feriado que acabará em breve. Ao omitirem uma parte da História de Portugal, tornaram os jovens pobres de ideias, e sem referências para o seu futuro.
Estou solidário com a Associação 25 de Abril e com o Dr. Mário Soares. Afinal o que se celebra amanhã? O luto de Portugal?
terça-feira, abril 23, 2013
ESTUPIDAMENTE MAU
Então os Secretários de Estado agora despedidos, foram responsáveis por prejuízos da ordem dos 3,5 mim milhões de euros em apostas duvidosas com dinheiro de empresas públicas de transportes do Norte do País, tais como o Metro do Porto? Então e os Presidentes do Conselho de Administração que com eles trabalharam não sabiam de nada? Então é por causa de elementos do ex-actual governo do Sr. Passos que faltam milhares de milhões de euros nas empresas públicas e todos nós temos de sofrer? Então é por causa destes senhores que há portugueses a passarem fome? Que há doentes que não são tratados de forma eficaz? Então é por causa destes “trampolineiros” a quem o Coelho ofereceu “toca” que há jovens que não podem estudar? Subsídios de doença e de invalidez que não são pagos? É isto a que Portugal está reduzido?
Então é por causa de gente desta que vemos na TV um jovem do Concelho de Peniche fazendo um figuraço, como se tivesse encontrado o Paraíso? Não será que ele terá antes proferido as palavras chave: “-Abre-te Sésamo” e acabou por entrar na caverna dos ladrões?
Então os Secretários de Estado agora despedidos, foram responsáveis por prejuízos da ordem dos 3,5 mim milhões de euros em apostas duvidosas com dinheiro de empresas públicas de transportes do Norte do País, tais como o Metro do Porto? Então e os Presidentes do Conselho de Administração que com eles trabalharam não sabiam de nada? Então é por causa de elementos do ex-actual governo do Sr. Passos que faltam milhares de milhões de euros nas empresas públicas e todos nós temos de sofrer? Então é por causa destes senhores que há portugueses a passarem fome? Que há doentes que não são tratados de forma eficaz? Então é por causa destes “trampolineiros” a quem o Coelho ofereceu “toca” que há jovens que não podem estudar? Subsídios de doença e de invalidez que não são pagos? É isto a que Portugal está reduzido?
Então é por causa de gente desta que vemos na TV um jovem do Concelho de Peniche fazendo um figuraço, como se tivesse encontrado o Paraíso? Não será que ele terá antes proferido as palavras chave: “-Abre-te Sésamo” e acabou por entrar na caverna dos ladrões?
sábado, abril 20, 2013
DUAS LOIRAS FRANCESAS
Uma menina loira chegou a casa em Paris a chorar depois de sair da escola.
- O que é que você tem? Perguntou-lhe a mãe, uma bonita e também loira francesa.
- Tive zero a geografia.
- Por quê?
- Não sabia onde fica Portugal.
- Você não sabe? Que tola, passe-me aí o mapa de França.
E a mãe procurou, procurou ...
- Oh! Meu Deus, este mapa não é suficientemente pormenorizado; passe-me o mapa da região de Paris
E a mãe procurou, procurou...
- Também nada neste mapa, passe-me o mapa da cidade.
E a mãe procurou, procurou...
- Porra ... Portugal não pode ficar muito longe. A empregada é portuguesa e vem trabalhar todos os dias de bicicleta!
Uma menina loira chegou a casa em Paris a chorar depois de sair da escola.
- O que é que você tem? Perguntou-lhe a mãe, uma bonita e também loira francesa.
- Tive zero a geografia.
- Por quê?
- Não sabia onde fica Portugal.
- Você não sabe? Que tola, passe-me aí o mapa de França.
E a mãe procurou, procurou ...
- Oh! Meu Deus, este mapa não é suficientemente pormenorizado; passe-me o mapa da região de Paris
E a mãe procurou, procurou...
- Também nada neste mapa, passe-me o mapa da cidade.
E a mãe procurou, procurou...
- Porra ... Portugal não pode ficar muito longe. A empregada é portuguesa e vem trabalhar todos os dias de bicicleta!
quinta-feira, abril 18, 2013
CONSUMMATUM EST
As notícias confirmam que o candidato do PS é um repetente que só pode confiar para se apresentar ao acto eleitoral, de que as pessoas têm fraca memória sobre as razões que levaram ao descalabro total do partido socialista em Peniche.
O problema não está em não ganhar as eleições. Está em fechar ainda mais as opções de escolha neste concelho.
Peniche está condenado a ser um concelho adiado. A exemplo do que acontece com o nosso país.
Surfemos enquanto as ondas existirem e aguardemos por melhores dias.
As notícias confirmam que o candidato do PS é um repetente que só pode confiar para se apresentar ao acto eleitoral, de que as pessoas têm fraca memória sobre as razões que levaram ao descalabro total do partido socialista em Peniche.
O problema não está em não ganhar as eleições. Está em fechar ainda mais as opções de escolha neste concelho.
Peniche está condenado a ser um concelho adiado. A exemplo do que acontece com o nosso país.
Surfemos enquanto as ondas existirem e aguardemos por melhores dias.
terça-feira, abril 16, 2013
A FALTA DE PUDOR
Quando eleições se aproximam é corrente manifestar interesse por aquilo que não importa a ninguém durante anos e anos, salvo nesses curtos períodos de tempo. Mas aí o despudor atinge todos. Fazem-se alcatroamentos rápidos, anúncios de obras que esperaram décadas, rotundas que ninguém quer, aparições fugazes em telejornais mesmo que pelas piores razões. É preciso é aparecer e dar nas vistas. Candidatos e pré-candidatos frequentam locais onde antes nunca foram. Os jornais nacionais e locais são um vespeiro de varejeira com notícias de bondade e de intenções nunca antes concretizadas e que após os actos eleitorais ficarão de novo para as calendas gregas. Ou com amor e caridade para os pobrezinhos nojentos que fora do período eleitoral olhamos para o lado para não os vermos.
Alguns que agora falam são responsáveis por anos de incúria ou os herdeiros desse património de incúria. É claro que estão na sua cadeira de conforto, mas não deixam por isso de ser um nojo por melhores intenções que pareçam ter. Cumpre aos eleitores separar o trigo do joio ou em última análise perceber se se trata exclusivamente de ervas daninhas, apareçam elas com as cores mais diversas ou com florações aparentemente distintas.
Durante muitos anos era necessário possuir um cartão de militante de um partido para ter sucesso. Na altura de votar nunca votes em quem tem o cartão de um partido e se tiver passado pelas “jotas” foge deles como o diabo da cruz. Ter pertencido a uma “jota” e ser político de profissão é sinónimo de incompetência e de oportunismo. Pelo menos é o que agora percebemos neste país.
Os papás passaram os seus legados político-profissionais aos seus meninos e agora deixam-lhes um emprego seguro: Assessor do Adjunto, em trânsito para uma Câmara Municipal ou para Deputado de qualquer coisa. Se não for eleito vai para secretário ou chefe de Gabinete de uma empresa público-privada. Daí a razão porque em tudo se corta menos nas PPPs.
Que merda de país.
Quando eleições se aproximam é corrente manifestar interesse por aquilo que não importa a ninguém durante anos e anos, salvo nesses curtos períodos de tempo. Mas aí o despudor atinge todos. Fazem-se alcatroamentos rápidos, anúncios de obras que esperaram décadas, rotundas que ninguém quer, aparições fugazes em telejornais mesmo que pelas piores razões. É preciso é aparecer e dar nas vistas. Candidatos e pré-candidatos frequentam locais onde antes nunca foram. Os jornais nacionais e locais são um vespeiro de varejeira com notícias de bondade e de intenções nunca antes concretizadas e que após os actos eleitorais ficarão de novo para as calendas gregas. Ou com amor e caridade para os pobrezinhos nojentos que fora do período eleitoral olhamos para o lado para não os vermos.
Alguns que agora falam são responsáveis por anos de incúria ou os herdeiros desse património de incúria. É claro que estão na sua cadeira de conforto, mas não deixam por isso de ser um nojo por melhores intenções que pareçam ter. Cumpre aos eleitores separar o trigo do joio ou em última análise perceber se se trata exclusivamente de ervas daninhas, apareçam elas com as cores mais diversas ou com florações aparentemente distintas.
Durante muitos anos era necessário possuir um cartão de militante de um partido para ter sucesso. Na altura de votar nunca votes em quem tem o cartão de um partido e se tiver passado pelas “jotas” foge deles como o diabo da cruz. Ter pertencido a uma “jota” e ser político de profissão é sinónimo de incompetência e de oportunismo. Pelo menos é o que agora percebemos neste país.
Os papás passaram os seus legados político-profissionais aos seus meninos e agora deixam-lhes um emprego seguro: Assessor do Adjunto, em trânsito para uma Câmara Municipal ou para Deputado de qualquer coisa. Se não for eleito vai para secretário ou chefe de Gabinete de uma empresa público-privada. Daí a razão porque em tudo se corta menos nas PPPs.
Que merda de país.
sexta-feira, abril 12, 2013
O TRANSTORNO INTESTINAL
Desculpem. Eu deveria ter escrito a Remodelação Ministerial. Transtorno intestinal é uma diarreia. Um fluxo, um escoamento, ou uma evacuação do ventre liquida e frequente. Ora do que eu quero falar não é disso. Eu quero mesmo falar da substituição do ministro não-doutor (embora este seja já um não assunto), por dois ministros. Um deles vem de fora. Parece que é um intelectual de 1ª água, tal como o tio Gaspar, e o tio Álvaro Pereira. Os melhores de entre os melhores que vivem cá dentro não querem fazer parte deste “albergue espanhol” que é o Governo de Portugal. Vêm então de fora, com um nome reconhecido, para tentar apanhar o monte de cacos em que este país se transformou.
Esquecem-se no entanto duma coisa. Para Governar é preciso amar e para amar é preciso conhecer. Vejam o que se passou com o Tio Álvaro. Parece um elefante numa loja de loiça. Faz pena. Os seus alunos perderam um excelente professor (ao que dizem) e nós ficámos com um Ministro que já faz parte do anedotário nacional. O Tio Gaspar porque andava sempre encafuado nos livros, não sabia que existem pessoas para além do seu computador e para além das estatísticas que nunca acerta (ao que consta). Resultado, até Salazar já lhe chamaram, e isso não pode ser considerado um elogia na hipotética Democracia em que vivemos.
Vem mais um de fora e outro de dentro. O de dentro sabe ao que vai. Faz parte do grupo dos que nos ofendem diariamente. E nos humilham. O de fore até pode ser um cérebro. Até pode vir com as melhores das intenções. Mas existe um vírus em Portugal que o vai infectar e a breve trecho o irá tornar tão mau e tão pouco engolível como todos os outros.
Para resumir: - A merda é sempre a mesma… (Agora é que estou a ver por que me lembrei do transtorno intestinal)
Desculpem. Eu deveria ter escrito a Remodelação Ministerial. Transtorno intestinal é uma diarreia. Um fluxo, um escoamento, ou uma evacuação do ventre liquida e frequente. Ora do que eu quero falar não é disso. Eu quero mesmo falar da substituição do ministro não-doutor (embora este seja já um não assunto), por dois ministros. Um deles vem de fora. Parece que é um intelectual de 1ª água, tal como o tio Gaspar, e o tio Álvaro Pereira. Os melhores de entre os melhores que vivem cá dentro não querem fazer parte deste “albergue espanhol” que é o Governo de Portugal. Vêm então de fora, com um nome reconhecido, para tentar apanhar o monte de cacos em que este país se transformou.
Esquecem-se no entanto duma coisa. Para Governar é preciso amar e para amar é preciso conhecer. Vejam o que se passou com o Tio Álvaro. Parece um elefante numa loja de loiça. Faz pena. Os seus alunos perderam um excelente professor (ao que dizem) e nós ficámos com um Ministro que já faz parte do anedotário nacional. O Tio Gaspar porque andava sempre encafuado nos livros, não sabia que existem pessoas para além do seu computador e para além das estatísticas que nunca acerta (ao que consta). Resultado, até Salazar já lhe chamaram, e isso não pode ser considerado um elogia na hipotética Democracia em que vivemos.
Vem mais um de fora e outro de dentro. O de dentro sabe ao que vai. Faz parte do grupo dos que nos ofendem diariamente. E nos humilham. O de fore até pode ser um cérebro. Até pode vir com as melhores das intenções. Mas existe um vírus em Portugal que o vai infectar e a breve trecho o irá tornar tão mau e tão pouco engolível como todos os outros.
Para resumir: - A merda é sempre a mesma… (Agora é que estou a ver por que me lembrei do transtorno intestinal)
quinta-feira, abril 11, 2013
E SE TE DESSEM UM SÔCO NO ESTÔMAGO?
É indiscutível que há muitos anos (desde que foi Ministra da Educação) que não morro de amores por Manuela Ferreira Leite. Até porque tem uma cara de pau que me impede de todo ouvi-la. Até que de repente, de forma inesperada dei por mim a ouvi-la acerca da situação político-económica do nosso país.
E fez-se luz em mim sobre uma série de questões que eu não tinha visto com a clarividência com que ela as abordou.
1º - Denunciou a actual situação como uma crise política antes de uma crise económica
2º - Foi muito clara que os partidos da actual maioria se limitam a teatralizar as inconstitucionalidades detectadas pelo TC
3º - Elucidou-nos sobre os perigos dos caminhos que trilhamos. Já passamos da austeridade pura e dura para entrar numa situação de pobreza extrema, que pode ser a mãe de todos os perigos.
4º - Recordou que estamos pior agora passados 2 anos do que quando iniciámos este caminho e que, nem daqui a 10 anos conseguiremos equilibrar o défice, sendo que quando o fizermos, Portugal estará reduzido a cinzas.
Manuela Ferreira Leite não é propriamente uma anarquista, nem uma mulher de esquerda. É insuspeita, o que mais me assusta. Para quem ela deu o recado, agora que está definitivamente afastada dos projectores da política eu calculo, mas não posso ter a certeza.
A Drª. MFL esclareceu melhor que os que pretendem alguma coisa da política as pessoas em geral sobre o que verdadeiramente se passa. Disse que o incumprimento das metas que nos tinham sido estabelecidas há muito tempo que estava comprometido. Muito antes das decisões do TC.
Disse que o que o TC decidiu representa 1% do valor do Orçamento de Estado. Ora toda a gente que queira poupar 1% do seu orçamento saberá fazê-lo. E o Estado melhor que ninguém. Só é drama poeque pretendem lavar os seus erros com detergentes inócuos.
Aprendi muito ontem à noite. E acima de tudo aprendi que só uma pessoa dá crédito a este Governo miserável que está a conduzir este país à miséria extrema.
E aguentamos tudo sem capacidade de reagir.
É indiscutível que há muitos anos (desde que foi Ministra da Educação) que não morro de amores por Manuela Ferreira Leite. Até porque tem uma cara de pau que me impede de todo ouvi-la. Até que de repente, de forma inesperada dei por mim a ouvi-la acerca da situação político-económica do nosso país.
E fez-se luz em mim sobre uma série de questões que eu não tinha visto com a clarividência com que ela as abordou.
1º - Denunciou a actual situação como uma crise política antes de uma crise económica
2º - Foi muito clara que os partidos da actual maioria se limitam a teatralizar as inconstitucionalidades detectadas pelo TC
3º - Elucidou-nos sobre os perigos dos caminhos que trilhamos. Já passamos da austeridade pura e dura para entrar numa situação de pobreza extrema, que pode ser a mãe de todos os perigos.
4º - Recordou que estamos pior agora passados 2 anos do que quando iniciámos este caminho e que, nem daqui a 10 anos conseguiremos equilibrar o défice, sendo que quando o fizermos, Portugal estará reduzido a cinzas.
Manuela Ferreira Leite não é propriamente uma anarquista, nem uma mulher de esquerda. É insuspeita, o que mais me assusta. Para quem ela deu o recado, agora que está definitivamente afastada dos projectores da política eu calculo, mas não posso ter a certeza.
A Drª. MFL esclareceu melhor que os que pretendem alguma coisa da política as pessoas em geral sobre o que verdadeiramente se passa. Disse que o incumprimento das metas que nos tinham sido estabelecidas há muito tempo que estava comprometido. Muito antes das decisões do TC.
Disse que o que o TC decidiu representa 1% do valor do Orçamento de Estado. Ora toda a gente que queira poupar 1% do seu orçamento saberá fazê-lo. E o Estado melhor que ninguém. Só é drama poeque pretendem lavar os seus erros com detergentes inócuos.
Aprendi muito ontem à noite. E acima de tudo aprendi que só uma pessoa dá crédito a este Governo miserável que está a conduzir este país à miséria extrema.
E aguentamos tudo sem capacidade de reagir.
quarta-feira, abril 10, 2013
PENSANDO COM OS MEUS BOTÕES
Sentei-me à secretária, preparei um scotch, acendi o cachimbo, coloquei na aparelhagem a 6ª Symphonie (sim, a “Pathétique) de Tschaikowsky, e enquanto a música fluía e se ouviam os primeiros acordes, dei por mim a pensar no tempo político que atravessamos.
A loucura dos tempos apossou-se das pessoas e dizem coisas tão certas quanto inesperadas. Pacheco Pereira ontem à noite pela 1ª vez pede a demissão do Governo e a dissolução da Assembleia da República. José Sócrates diz que este (ou o que vai aparecer a seguir) é já um Governo de iniciativa presidencial. O ministro doutor, que ainda é ministro e doutor, mas vai deixar de ser as duas coisas acusa o “malandreco” do 1º Ministro que lhe deve o lugar de em conluio com o prior do Crato lhe tirarem o tapete debaixo dos pés. Eu faço contas à vida para ver de que forma poderei ajudar a minha filha que quer continuar a estudar. Terá de trabalhar, não vejo outra solução com os cortes a que já fui submetido e aqueles que hão-de vir.
A somar a isto tudo vêm aí as eleições autárquicas. Em Peniche, o meu Concelho de nascimento e onde estou recenseado tudo parece igual ao mesmo de sempre. Cada vez menos pessoas lhes ligam qualquer importância. A Lei Autárquica mantém-se igual ao que sempre foi, isto é, sem dinheiro as Câmaras são meros instrumentos de funcionamento de burocratas. Assim como uma andorinha não faz a primavera, uma etapa do Mundial de Surf não define a actividade de um executivo autárquico. A Assembleia Municipal continua a ser a mesma arena de ineficácia que sempre foi. A única coisa que muda é a Freguesia do “relvas”. E porque muda embaraça alguns autarcas que não se atrevem a avançar com nomes. Aqui neste Concelho já todos os partidos são do “arco da governação”. O que os torna todos iguais. O PS espera tirar dividendos da situação governativa nacional, mas não me parece muito motivado para continuar a afundar-se no desastre para que a sua última experiência autárquica o lançou. O PSD autoflagela-se por inépcia e má consciência. Sobram os comunistas que se passeiam no executivo como nunca sonharam possível.
Eu para terminar este longo exercício filosófico vou fazer o meu vaticínio: O número de abstenções vai subir em flecha e ultrapassar (ou andar lá muito perto) os 50%. O número de votos em branco vai aumentar. Tal como os nulos. Quem ganhar, ganha por falta de comparência o que traz sempre o gosto amargo da inoperância e da inutilidade. Quem perde, perde mais que umas eleições. Perde voz e capacidade de intervir. Serão pessoas que não representarão nada nem ninguém.
Terminei este exercício de Tarologia ao mesmo tempo que os últimos acrdes soam e o scotch terminou. Onde é que errámos? Preferia dizer daqui a uns meses que quem errou fui eu. Seria bom para o Concelho de Peniche.
Sentei-me à secretária, preparei um scotch, acendi o cachimbo, coloquei na aparelhagem a 6ª Symphonie (sim, a “Pathétique) de Tschaikowsky, e enquanto a música fluía e se ouviam os primeiros acordes, dei por mim a pensar no tempo político que atravessamos.
A loucura dos tempos apossou-se das pessoas e dizem coisas tão certas quanto inesperadas. Pacheco Pereira ontem à noite pela 1ª vez pede a demissão do Governo e a dissolução da Assembleia da República. José Sócrates diz que este (ou o que vai aparecer a seguir) é já um Governo de iniciativa presidencial. O ministro doutor, que ainda é ministro e doutor, mas vai deixar de ser as duas coisas acusa o “malandreco” do 1º Ministro que lhe deve o lugar de em conluio com o prior do Crato lhe tirarem o tapete debaixo dos pés. Eu faço contas à vida para ver de que forma poderei ajudar a minha filha que quer continuar a estudar. Terá de trabalhar, não vejo outra solução com os cortes a que já fui submetido e aqueles que hão-de vir.
A somar a isto tudo vêm aí as eleições autárquicas. Em Peniche, o meu Concelho de nascimento e onde estou recenseado tudo parece igual ao mesmo de sempre. Cada vez menos pessoas lhes ligam qualquer importância. A Lei Autárquica mantém-se igual ao que sempre foi, isto é, sem dinheiro as Câmaras são meros instrumentos de funcionamento de burocratas. Assim como uma andorinha não faz a primavera, uma etapa do Mundial de Surf não define a actividade de um executivo autárquico. A Assembleia Municipal continua a ser a mesma arena de ineficácia que sempre foi. A única coisa que muda é a Freguesia do “relvas”. E porque muda embaraça alguns autarcas que não se atrevem a avançar com nomes. Aqui neste Concelho já todos os partidos são do “arco da governação”. O que os torna todos iguais. O PS espera tirar dividendos da situação governativa nacional, mas não me parece muito motivado para continuar a afundar-se no desastre para que a sua última experiência autárquica o lançou. O PSD autoflagela-se por inépcia e má consciência. Sobram os comunistas que se passeiam no executivo como nunca sonharam possível.
Eu para terminar este longo exercício filosófico vou fazer o meu vaticínio: O número de abstenções vai subir em flecha e ultrapassar (ou andar lá muito perto) os 50%. O número de votos em branco vai aumentar. Tal como os nulos. Quem ganhar, ganha por falta de comparência o que traz sempre o gosto amargo da inoperância e da inutilidade. Quem perde, perde mais que umas eleições. Perde voz e capacidade de intervir. Serão pessoas que não representarão nada nem ninguém.
Terminei este exercício de Tarologia ao mesmo tempo que os últimos acrdes soam e o scotch terminou. Onde é que errámos? Preferia dizer daqui a uns meses que quem errou fui eu. Seria bom para o Concelho de Peniche.
segunda-feira, abril 08, 2013
PARA BOM ENTENDEDOR
Dedico com sinceridade este excerto do livro de Arthur Bloch ao governo português. Desconhecer o que segue é incompetência, incultura e ignorância. Quem o desconhece e aceita um cargo governamental deveria ser julgado e preso como criminoso.
Lei de MURPHY
Se algo pode correr mal, correrá mal.
Corolários:
1. Nada é tão fácil quanto parece.
2. Tudo leva mais tempo do que você pensa.
3. Se houver a possibilidade de várias coisas correrem mal, correrá mal a que provocar mais estragos.
4. Se perceber que há quatro modos possíveis de algo correr mal, mas conseguir ultrapassá-los, aparecerá imediatamente um quinto.
5. Deixadas entregues a si próprias, as coisas tendem a ir de mal a pior.
6. Quando está pronto para fazer qualquer coisa, aparece outra que tem de ser feita primeiro.
7. Qualquer solução gera novos problemas.
8. Não se pode fazer nada que resista à asneira porque as asneiras são demasiado abundantes.
9. A natureza está sempre do lado do defeito escondido.
10.A mãe natureza é uma cabra.
Dedico com sinceridade este excerto do livro de Arthur Bloch ao governo português. Desconhecer o que segue é incompetência, incultura e ignorância. Quem o desconhece e aceita um cargo governamental deveria ser julgado e preso como criminoso.
Lei de MURPHY
Se algo pode correr mal, correrá mal.
Corolários:
1. Nada é tão fácil quanto parece.
2. Tudo leva mais tempo do que você pensa.
3. Se houver a possibilidade de várias coisas correrem mal, correrá mal a que provocar mais estragos.
4. Se perceber que há quatro modos possíveis de algo correr mal, mas conseguir ultrapassá-los, aparecerá imediatamente um quinto.
5. Deixadas entregues a si próprias, as coisas tendem a ir de mal a pior.
6. Quando está pronto para fazer qualquer coisa, aparece outra que tem de ser feita primeiro.
7. Qualquer solução gera novos problemas.
8. Não se pode fazer nada que resista à asneira porque as asneiras são demasiado abundantes.
9. A natureza está sempre do lado do defeito escondido.
10.A mãe natureza é uma cabra.
sábado, abril 06, 2013
sexta-feira, abril 05, 2013
MORAL E ÉTICA NÃO RIMAM COM POLÍTICA
Os pais que se esforçam para pagar as propinas dos seus filhos que estudam na Universidade. Os pais que reduzem o seu número de refeições diárias para pagar o sustento dos seus filhos estudantes. Os pais que vêm recusada uma bolsa de estudo para os seus filhos porque não atingem os valores exigentes necessários para tal. Os pais que assistem à reprovação dos seus filhos, porque os professores com o grau de exigência que lhes compete ter, não podem ter em conta se o estudante passa fome, ou se se alimenta em cantinas sociais, ou se dorme em quartos exíguos para poder estudar, ou se desenvolve trabalhos a tempo parcial para poder estudar. Todos estes pais e os seus filhos, e os portugueses em geral, não podem compreender um 1º Ministro que nos diz a todos que temos que ser exigentes connosco próprios e productivos quanto baste e aceita ao seu lado como homem da sua confiança total um trafulha. Nenhum de nós pode compreender e aceitar um 1º ministro e um Ministro da Educação que negativaram em absoluto as “Novas Oportunidades” e no entanto delas se aproveitam para vigarices inconcebíveis e ainda por cima demoram meses para tomar uma posição de exigência em relação a si próprios e aos seus pares. Este Ministro da Educação é o mesmo que instituiu os exames a partir do 4º ano de escolaridade, para dar credibilidade ao que os jovens estudantes aprendem. Mas ao que parece a credibilidade e a honestidade é só para os outros. Este é um Governo de oportunistas. Todos são coniventes com o desastre nacional e com as vigarices desenvolvidas por qualquer um dos seus colegas de Governo. Não era um tal Portas que enquanto jornalista passava a vida a denunciar vigarices? E agora fica calado tendo ao seu lado o Rei dos Impostores? Mas os que agora na oposição acusam estes trapaceiros, não são melhores. É ver-se o que têm aceitado quando têm o poder, seja ele a nível nacional, regional ou local. É uma pena que a nobre Arte da política tenha sido tão desvirtuada por estes “chicos espertos”. Mas a sua hora chegará e não lamentarei o opróbrio em que se virem atolados.
Os pais que se esforçam para pagar as propinas dos seus filhos que estudam na Universidade. Os pais que reduzem o seu número de refeições diárias para pagar o sustento dos seus filhos estudantes. Os pais que vêm recusada uma bolsa de estudo para os seus filhos porque não atingem os valores exigentes necessários para tal. Os pais que assistem à reprovação dos seus filhos, porque os professores com o grau de exigência que lhes compete ter, não podem ter em conta se o estudante passa fome, ou se se alimenta em cantinas sociais, ou se dorme em quartos exíguos para poder estudar, ou se desenvolve trabalhos a tempo parcial para poder estudar. Todos estes pais e os seus filhos, e os portugueses em geral, não podem compreender um 1º Ministro que nos diz a todos que temos que ser exigentes connosco próprios e productivos quanto baste e aceita ao seu lado como homem da sua confiança total um trafulha. Nenhum de nós pode compreender e aceitar um 1º ministro e um Ministro da Educação que negativaram em absoluto as “Novas Oportunidades” e no entanto delas se aproveitam para vigarices inconcebíveis e ainda por cima demoram meses para tomar uma posição de exigência em relação a si próprios e aos seus pares. Este Ministro da Educação é o mesmo que instituiu os exames a partir do 4º ano de escolaridade, para dar credibilidade ao que os jovens estudantes aprendem. Mas ao que parece a credibilidade e a honestidade é só para os outros. Este é um Governo de oportunistas. Todos são coniventes com o desastre nacional e com as vigarices desenvolvidas por qualquer um dos seus colegas de Governo. Não era um tal Portas que enquanto jornalista passava a vida a denunciar vigarices? E agora fica calado tendo ao seu lado o Rei dos Impostores? Mas os que agora na oposição acusam estes trapaceiros, não são melhores. É ver-se o que têm aceitado quando têm o poder, seja ele a nível nacional, regional ou local. É uma pena que a nobre Arte da política tenha sido tão desvirtuada por estes “chicos espertos”. Mas a sua hora chegará e não lamentarei o opróbrio em que se virem atolados.
quarta-feira, abril 03, 2013
ó noite dos lumes interiores
vem deitar-te sobre a pele
ó boca das estrelas sanguíneas
vem pousar-te sobre a minha
ó espelho devolve-me o rosto
que me corta a respiração
ó luz cujo brilho desconheço
desce e rompe a treva dos gestos
ó ave branca sobre a lua
vem dormir nos meus sonhos
ó corpo deixa-te incendiar
pelo néctar dos vinhos nocturnos
ó amor vem e clama
eu cantarei os passos que nos separam
ó rumor do canto que te evoca
deixa as palavras saírem límpidas
Al Berto
in DIÁRIOS
Ed. Assírio & Alvim
vem deitar-te sobre a pele
ó boca das estrelas sanguíneas
vem pousar-te sobre a minha
ó espelho devolve-me o rosto
que me corta a respiração
ó luz cujo brilho desconheço
desce e rompe a treva dos gestos
ó ave branca sobre a lua
vem dormir nos meus sonhos
ó corpo deixa-te incendiar
pelo néctar dos vinhos nocturnos
ó amor vem e clama
eu cantarei os passos que nos separam
ó rumor do canto que te evoca
deixa as palavras saírem límpidas
Al Berto
in DIÁRIOS
Ed. Assírio & Alvim
terça-feira, abril 02, 2013
DIALÉCTICA
“Dialética (do grego διαλεκτική (τέχνη), pelo latim dialectĭca ou dialectĭce) é um método de diálogo cujo foco é a contraposição e contradição de ideias que leva a outras ideias e que tem sido um tema central na filosofia ocidental e oriental desde os tempos antigos. A tradução literal de dialética significa "caminho entre as idéias".
"Aos poucos, passou a ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por meio de uma argumentação capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão.". Também conhecida como a Arte da Palavra” –Wikipédia
Despeço-me do meu amigo Jorge Saldanha, retomando a essência daquilo que nos aproximava. O discordar, o discutir, o contradizer ideias e ideais, sabendo os dois que aquilo que fazíamos nos aproximava mais e mais e mais.
Éramos cúmplices do sonho e da busca de valores que acreditávamos poderiam fazer avançar o que de melhor o Homem tem: a sua capacidade de pensar.
Estou cada vez mais só, sabendo que no entanto o estar mais só não significa a capacidade de viver entre pares e iguais. Estas duas semanas têm sido dolorosas. Pelos que vejo passarem daqui para o futuro. Sinto que tudo isto tem para mim um resultado final. Fazer-me ler, pensar, discutir, ouvir música. E procurar viver com dignidade. Sem nunca deixar de combater por aquilo em que acredito.
Um abraço Jorge.
“Dialética (do grego διαλεκτική (τέχνη), pelo latim dialectĭca ou dialectĭce) é um método de diálogo cujo foco é a contraposição e contradição de ideias que leva a outras ideias e que tem sido um tema central na filosofia ocidental e oriental desde os tempos antigos. A tradução literal de dialética significa "caminho entre as idéias".
"Aos poucos, passou a ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por meio de uma argumentação capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão.". Também conhecida como a Arte da Palavra” –Wikipédia
Despeço-me do meu amigo Jorge Saldanha, retomando a essência daquilo que nos aproximava. O discordar, o discutir, o contradizer ideias e ideais, sabendo os dois que aquilo que fazíamos nos aproximava mais e mais e mais.
Éramos cúmplices do sonho e da busca de valores que acreditávamos poderiam fazer avançar o que de melhor o Homem tem: a sua capacidade de pensar.
Estou cada vez mais só, sabendo que no entanto o estar mais só não significa a capacidade de viver entre pares e iguais. Estas duas semanas têm sido dolorosas. Pelos que vejo passarem daqui para o futuro. Sinto que tudo isto tem para mim um resultado final. Fazer-me ler, pensar, discutir, ouvir música. E procurar viver com dignidade. Sem nunca deixar de combater por aquilo em que acredito.
Um abraço Jorge.
segunda-feira, abril 01, 2013
REPÚBLICA CENTRO-AFRICANA
Suspende-se a Constituição por tempo indeterminado. Se o meu governar colide com essa Lei espúria, não é que eu decrecto que está errado, é a Lei que não presta e tem de ser revogada.
Bokassa II recupera o seu poder custe o que custar. Um séquito muito restrito de apoiantes acolita o trono do todo-poderoso e irredutível imperador.
As crianças vão para a sopa dos pobres. Os velhos vão para asilos tutelares. Os doentes voltam às mezinhas dos tempos anteriores à Ponte Salazar. O Estado Sou Eu. Os meus amigos são promovidos a Doutores e a Presidentes do-que-quer-que-seja. Se não existirem presidências vão para Assessores. Ou Assessores dos Assessores.
Roubam-se indiscriminadamente empresários, reformados, aposentados, trabalhadores. A cultura sou eu a visitar às escondidas lugares com mais de uma entrada, para poder passar incólume sem que os meus detractores me vejam à entrada ou à saída. Fujo das pessoas como o diabo da cruz. Eu nasci para Governar, não foi para prestar contas. Aquele simulacro de senadores que deveria fiscalizar as acções do Poder, só serve enquanto servir. Mas sente-se já a traição no ar. Até tu Brutus. Até tu!
Suspende-se a Constituição por tempo indeterminado. Se o meu governar colide com essa Lei espúria, não é que eu decrecto que está errado, é a Lei que não presta e tem de ser revogada.
Bokassa II recupera o seu poder custe o que custar. Um séquito muito restrito de apoiantes acolita o trono do todo-poderoso e irredutível imperador.
As crianças vão para a sopa dos pobres. Os velhos vão para asilos tutelares. Os doentes voltam às mezinhas dos tempos anteriores à Ponte Salazar. O Estado Sou Eu. Os meus amigos são promovidos a Doutores e a Presidentes do-que-quer-que-seja. Se não existirem presidências vão para Assessores. Ou Assessores dos Assessores.
Roubam-se indiscriminadamente empresários, reformados, aposentados, trabalhadores. A cultura sou eu a visitar às escondidas lugares com mais de uma entrada, para poder passar incólume sem que os meus detractores me vejam à entrada ou à saída. Fujo das pessoas como o diabo da cruz. Eu nasci para Governar, não foi para prestar contas. Aquele simulacro de senadores que deveria fiscalizar as acções do Poder, só serve enquanto servir. Mas sente-se já a traição no ar. Até tu Brutus. Até tu!
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